O 11º Encontro de Assessores de Comunicação da FEMIPA acendeu a luz amarela para um movimento de todos os comunicadores, profissionais de assessoria ou veículos em defesa da informação de qualidade e do exercício da ética e do chamado “bom jornalismo” que transcende tempo, espaço e tem lugar em qualquer plataforma. A programação começou pelas boas-vindas do da entidade, Dr. Charles London, que resgatou a importância de as instituições de saúde se comunicarem bem e contarem os feitos positivos. “Se nós não nos divulgarmos, se nós não mostramos as coisas boas, e realizamos muitas coisas boas, ninguém saberá. Não se comunicar também gera uma distorção, já que os acertos e o serviço prestado para a sociedade são feitos de muito trabalho e buscando a excelência no atendimento e na entrega”, destacou.

Crises são mestres para comunicadores

Com o tema “Gestão de crises e reputação na era digital – Como lidar com crises de imagem, fake news, denúncias falsas etc e como estabelecer indicadores de gestão de crise”, o CEO da V3COM, Ricardo Voigt, deu início à ampla discussão. Pela segunda vez consecutiva como palestrante do evento e com uma vivência de três décadas à frente de clientes robustos como operadoras de telefonia, escolas etc., Voigt explicou que cada crise é diferente e traz aprendizados inestimáveis para os profissionais envolvidos. “Claro que se antecipar a ela é um dos objetivos do trabalho das equipes de comunicação, mas, quando acontece, é um momento em que o cliente percebe, de forma bem prática, o retorno de ter investido em Comunicação”, apontou. “As crises vão acontecer, portanto esteja preparado, ainda mais dependendo do setor que você atua”, apontou.

Em termos conceituais, o CEO da V3COM lançou mão dos conceitos de policrise (crises que simultaneamente vão se atrelando) e permacrise (Perma/constantes – um conceito de crise já instituída). “Se você está dentro de uma operação que tem uma crise que não vai embora, ela não vai acabar, porque ela está somada a outras policrises, e você vai entender que algumas questões dentro da sua instituição são permanentes. E como lidar com todo esse momento? Começando a buscar cada vez mais instrumentos, ferramentas, construindo bibliografia e termos técnicos e profissionalizando a gestão desse setor”, indicou. Na visão dele, as crises de imagem serão cada vez mais recorrentes e vão exigir dos profissionais preparo para a gestão de “situações sensíveis”.

“Eu gosto de gerir crise. É uma atividade extremamente dinâmica. É uma atividade extremamente desafiadora. É uma atividade que prova ao profissional de comunicação todos aqueles atributos técnicos do hard skill que ele recebeu, mas vai trazer para ele também uma experiência a partir de soft skills, principalmente a questão também de visão angular da operação que ele está envolvido, visão estratégica, o entendimento dos objetivos do negócio”, ressaltou.

Valor para o negócio

Os ativos intangíveis de um negócio já correspondem a mais de 80% do valor de uma marca. Isso demonstra o quanto trabalhar a reputação, a imagem e o que o mercado e quem faz o mercado – os consumidores, que nada mais são que seres humanos – estão olhando e valorizando se faz imprescindível. Uma pesquisa da KPMG Business Insights América do Sul mostrou que 84% dos consumidores disseram que consideram a transparência e a honestidade das empresas como princípios fundamentais. “A opinião pública quer mais que uma marca na mídia, ela quer um relacionamento verdadeiro, ético e responsável. Isso tudo torna o trabalho dos comunicadores cada vez mais estratégico, direcionado e integrado aos valores fundamentais da organização. Também há indicadores como o ESG e LSO, que são considerados cada vez mais”, acrescenta.

“O nosso trabalho é importante, é estratégico. E quando estamos alinhados às demais áreas, a gente tem uma visão global”, assegura Voigt. “A comunicação preventiva é importante, porque ela fortalece aquilo que é o teu maior ativo na tua gestão educacional. Planos de contingência. Quem faz gestão de crise nas instituições tem que ter treinamentos periódicos, tem que ter dinâmicas periódicas, avaliar a relação com os stakeholders, é importante conversar e estudar”, completou.

 

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa - Magaléa Mazziotti