Apresentação do professor e pesquisador de energias renováveis Christian Strobel abriu a programação de Gestão da Infraestrutura e Logística Hospitalar
Assunto de grande interesse para os hospitais, que precisam ter seus próprios geradores de energia, as normas para a instalação desses sistemas e as perspectivas de adoção de fontes energéticas alternativas foram temas da palestra do professor da UFPR Christian Strobel, que abriu a programação da sala temática de Gestão da Infraestrutura e Logística Hospitalar no segundo dia do 13º Seminário Femipa.
Doutor em Ciências Térmicas pela PUCPR e pesquisador de energias renováveis na UFPR, Strobel apresentou um breve panorama histórico sobre necessidades energéticas e desenvolvimento social, além de explicar princípios técnicos, particularidades e aplicações de distintos modelos renováveis e não renováveis.
Uma das modalidades apresentadas foi a chamada “energia solar ativa” — conhecida pelo uso de painéis solares. Apesar de ser o mais “popular” entre os modelos alternativos, a tecnologia tem eficiência limitada, de acordo com o especialista. “Principalmente em Curitiba, não é tão favorável devido ao payback [prazo de retorno do investimento] ainda um pouco alto”, explicou, apontando que o modelo também exige áreas extensas para instalação e pode ser afetado por fatores meteorológicos.
Segundo Strobel, uma modalidade fotovoltaica mais promissora é a chamada energia solar passiva — mais eficiente, com menor prazo de retorno e menos dependente das condições de tempo, dentre outras vantagens. “É a energia solar do futuro”, defendeu.
Outra tecnologia promissora, segundo Strobel, é o modelo de células combustíveis, que já começa a ser utilizado por empresas locais. “Uma vantagem é a possibilidade de armazenar energia”, explica.
O professor explicou que uma das fontes em destaque no Paraná é o modelo de biocombustível — cada vez mais utilizado por produtores em regiões rurais. Entre as possibilidades para este modelo também está, por exemplo, a utilização de lixo orgânico de restaurantes e áreas residenciais como biomassa. “Está se tornando muito interessante”, apontou.
Strobel também tratou da modalidade eólica — segundo o pesquisador, vantajosa do ponto de vista econômico em relação a outras fontes, mas dependente de fatores como o relevo das localidades em que será instalada. “É uma tecnologia interessante porque o preço por kilowatt/hora é um pouco mais atrativo”, disse.
Eficiência
O pesquisador também explicou a importância da tomada de medidas para melhorar a eficiência energética.
Segundo o professor, tudo começa com um mapeamento de quanto é gasto com iluminação, equipamentos, aquecimento de água e climatização em cada setor, incluindo eventuais desperdícios. Ele recomendou aos gestores ferramentas de monitoramento como smartplugs para gerenciar o consumo e correções como a instalação de equipamentos e geradores em locais adequados para reduzir o gasto energético.
Normas técnicas
Strobel ainda esclareceu algumas das complexas exigências previstas em normas técnicas da ABNT e Corpo de Bombeiros do Paraná para a instalação de geradores em ambiente hospitalar.
O professor chamou a atenção para itens delicados que podem ser involuntariamente negligenciados, como a garantia de um meio de acesso ao gerador, o condicionamento resistente a incêndios, o uso de silenciadores e ventilação, a manutenção de temperaturas e o treinamento do pessoal responsável. “Parece ser tudo muito simples, mas, às vezes, há detalhes interessantes que passam despercebidos”, lembrou.
Fonte: Rafael Costa