O cenário da saúde para os próximos anos foi abordado durante o 15º Seminário Femipa, nesta quarta-feira (29). A avaliação foi apresentada por Ana Maria Malik, Médica e Doutora em Medicina Preventiva pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em Administração de Empresas pela FGV-SP e Professora Titular da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP.

Ela lembrou que, com a pandemia, os processos na área da saúde foram rapidamente implantados, em função da pandemia. E isso demonstrou a importância de revisão dos planejamentos. Esse é um fator que continua essencial para os próximos anos no setor.

Entretanto, há situações que precisam ser deixadas definitivamente para trás e não podem ser mais toleradas, como o retorno de doenças anteriormente erradicadas. Por isso, Ana Maria destaca que mudanças no cenário da saúde para os próximos anos dependem diretamente de uma “correção de rota” agora.

Ela também fez a mesma correlação com a saúde digital e o avanço da telemedicina, demonstrando dados sobre o acesso à internet da população, as condições de trabalho dos profissionais de saúde e o financiamento desse atendimento. Ainda há lacunas, de acordo com a especialista, que precisam ser encaradas de frente para que o cenário da saúde para os próximos anos seja diferente do verificado em 2023.

“É necessário ainda cuidar com o orçamento para a saúde, a regulação, a judicialização e com o excesso do uso de medicamentos e procedimentos de alto custo. Precisamos pensar nos trabalhadores, além de treinamento, locação e provisão de profissionais, e melhorar dados do SUS para tomada de decisão apropriada”, listou.

Ana Maria Malik ainda afirmou que ouve há décadas que o “hospital do futuro” será diferente. “Hospital deve atender somente o que deve ser atendido no hospital. Não é para ficar como colônia de férias, deixar no hospital um paciente porque ninguém quer lidar com ele ou ainda internar um paciente de que está doente por questões relacionadas à parte social da saúde. São estruturas robustas e caras para reparar o dano quando é muito mais fácil fazer prevenção”, avaliou.

Fonte: Joyce Carvalho - Portal Saúde Debate