Não dá para errar em saúde, tampouco em gestão. E o 17º Seminário FEMIPA mostrou em cada um dos temas a profundidade disso, como na palestra “Governança Clínica como pilar para as relações e sustentabilidade do sistema de saúde”, apresentada por duas referências no assunto: Cassio Fon Ben Sum, diretor-técnico do Hospital Pequeno Príncipe, e Faustino Garcia Alferez, diretor de saúde da Unimed Paraná.
“O custo hospitalar cada vez mais extrapola qualquer índice de correção monetária”, alertou Sum. “A qualidade de engajamento das equipes é crucial para podermos atingir resultados”, apontou o caminho. Médico cardiologista pediátrico e forte incentivador da implementação de programas de Qualidade, sendo membro efetivo da implantação da acreditação e da certificação ONA nível 3, ele falou aos participantes do evento que a palavra de ordem é o equilíbrio entre o custo-benefício na tomada de decisão. “Será que todo paciente precisa de uma cirurgia robótica? Traz um benefício muito superior ao atual? O Pequeno Príncipe tem 106 anos, e a busca contínua por privilegiar qualidade técnica e credibilidade com qualidade técnica é fundamental. Entender que a organização e a cultura hospitalar vão trazer uma melhoria é muito importante. Os pilares são sempre a segurança do paciente”, orientou.
Com números impressionantes de entrega de serviços para a sociedade, Sum também traçou o cenário futuro. “O paciente tem voz. Ele tem direito de opinar sobre o tratamento dele, precisamos estar preparados para um momento assim, entre o prestador e o usuário”, disse. “Transmitimos para a sociedade que estamos buscando esse aperfeiçoamento”.“Cultura de governança é um exercício diário. Como sai da tela e se transforma em propósitos? Isso é fundamental”, propôs.
“Eu acredito que precisa vocacionar, mesmo nos hospitais menores. Isso atenderia melhor cada paciente, cada pessoa. Os mais antigos tratam por corpo clínico, que não é só o médico, todas as áreas de assistência. O médico é quem responde para a família e responde processo, mas precisa aprender a trabalhar em equipe”, afirmou o moderador Luiz Soares Koury.
Integração das interfaces e apps
“Temos que contratar gente que goste de gente, ou pessoas que gostem de pessoas, senão você não vai fazer um bom trabalho”, destacou o diretor de saúde da Unimed Paraná, Faustino Garcia Alferez. Responsável por vários desafios de gestão, como integrar todas as interfaces e apps do Sistema Unimed, ele recomendou aos participantes que é importante desenvolver suas equipes com foco em ter uma “preocupação com os eventos adversos”. Outro fator fundamental para a sustentabilidade e uma boa governança é investir em uma boa comunicação. “As equipes têm que saber se comunicar com a sociedade, com os operadores de planos de saúde e estarem alinhadas.Trabalhar em parceria, 2024 teve uma conscientização e crescimento de beneficiários de planos de saúde”, informou.
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Números do Hospital Pequeno Príncipe em 2024
São 369 leitos dos quais 76 UTIs e 10 para TMO (Transplante de Medula Óssea);
21.634 internamentos;
20.244 procedimentos cirúrgicos;
1.089.163 exames;
293 transplantes;
239.810 atendimentos ambulatoriais;
5.337 sessões de hemodiálise;
3.314 sessões de quimioterapia.
Fonte: Assessoria de imprensa Femipa - Magaléa Mazziotti