Na prática, as instituições estão se familiarizando com tantas possibilidades criadas com esse mundo de “Tecnologia e Inovação para a sustentabilidade: inteligência artificial, telemedicina e outras inovações tecnológicas”, tema do segundo dia de palestra do 17º Seminário FEMIPA. Omar Genha Taha, diretor de inovação e desenvolvimento da Unimed Paraná, e Chao Lung Wen, médico e ex-presidente da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde, conduziram a discussão, que teve como moderador o então vice-presidente da FEMIPA, André Luiz Teixeira. “São dois grandes estudiosos da área, entusiastas de um eixo temático fundamental para a modernização dos nossos hospitais e Santas Casas”, explicou Teixeira.

Logo no início, já esclareceram que saúde digital não é sinônimo de telemedicina. “É um conjunto de recursos para promover saúde. Uma expressão telegráfica para otimizar o sistema de saúde. Já a telemedicina é uma ferramenta, método usado pela medicina tradicional. Talvez a IA (Inteligência Artificial) seja algo misto”, afirmou Wen. Para ele, o cenário mais provável é que as intervenções nos hospitais contem com recursos de realidades mistas. “O mundo digital aliado de uma especialidade passa para outra realidade”, explicou.

De acordo com o que o médico acompanha, o profissional irá “predizer se aquela lesão pode virar um câncer”. “São várias técnicas. Inteligência artificial regenerativa aplicada na construção de raciocínios diagnósticos. É para onde estamos caminhando nos próximos anos. Tudo será feito na forma de diagnóstico”, assegurou. “O ensino correto na forma de fazer perguntas e se a construção daquele raciocínio é relevante ou não. Isso mudou a partir do momento que se passou a fazer código aberto. Agilizar todo o processo de atendimento e otimizar o processo de tomada de decisões. Saber conceber esses processos”, observou.

Na visão dele, a telessaúde ficará integrada ao bem-estar. E a mensagem que ele fez questão de frisar foi: ”além de você sair da caixinha, a caixinha tem que sair da sua cabeça.Só assim se consegue inovar e caminhar.”

A era dos hipermédicos

Para Taha, há de se ter consciência sobre o fato de os algoritmos terem vieses. “A capacidade de se trabalhar em rede do sistema Unimed, os outros fornecedores não atingiram. Somos 23 cooperativas. Estamos concluindo o hospital em Londrina. Integramos toda a interface. Clientes, prestadores, agendamento on-line e aplicativos. Univision, uma fábrica de aplicativos de Curitiba que desenvolveu para o Sistema Unimed”, citou.

“Quem não faz governança e gestão de dados, hoje, está fazendo um mau trabalho. Os sistemas conversam uns com os outros. Tanto em inteligências de mercado quanto com o setor público. Nós acreditamos firmemente que a tecnologia bem utilizada pode trazer benefícios para os médicos prestadores e para toda a sociedade”, afirmou.

Segundo ele, as pessoas podem ter um certo saudosismo, mas estão absolutamente imersas na cultura digital. Para Osmar Taha, o mundo vai chegar a um ponto em que não restarão muitas alternativas. “Estaremos praticamente ligados. É um processo inexorável. Temos uma relação tátil com o livro, mas com o jornal impresso, cada vez menos”, comparou. “Se uma profissão não se atualiza, vai ser superada. O médico não vai mais trabalhar de forma braçal. Ele fará perguntas inteligentes”, prevê.

“A indústria automotiva emprega mais pessoas hoje. Haverá mais qualificação. O mundo muda. Uma coisa é importante, é preciso se adaptar. Vai acontecer em toda área de saúde e nas profissões em geral. A construção de empatia é de nossa competência, assim como e de várias outras coisas. Vamos ter na verdade hipermédicos”, concluiu Taga.

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa - Magaléa Mazziotti