O último dia do 17º Seminário FEMIPA começou com a palestra “Como o mercado e gestores governamentais enxergam os hospitais – como preparar estratégias para me destacar”. Adriano Rocha Lago, diretor da LAGO Inovações, defendeu a importância de se posicionar perante o mercado e do quanto isso é estratégico em termos de gestão. “Precisa ficar claro que alguém está olhando para a gente e está tendo uma percepção de mercado. Se você patinar, como você ficará em relação à concorrência e como ficará o seu valor de mercado?”, observou.
O palestrante esteve à frente do Hospital Erasto Gaertner, referência nacional no atendimento oncológico. Sob sua gestão, a unidade teve suas instalações ampliadas de 14 mil m² para 20 mil m², possibilitando a renovação de serviços obsoletos e ampliando a oferta de atendimento à população. Na época em que ele foi superintendente, a produção institucional dobrou nos primeiros cinco anos, assim como houve uma ampliação das receitas do hospital. Lago promoveu a instalação do único programa de cirurgia robótica do Paraná e de Santa Catarina e a construção do primeiro hospital oncopediátrico do Brasil, o Erastinho. “Quem só apaga incêndio pode não ter uma boa leitura de mercado”, afirmou.
Segundo Lago, é fundamental que os hospitais e santa casas organizem seus processos, olhem para governança corporativa, plano diretor, pesquisa clínica, além do posicionamento mercadológico. “Tem um hospital que quer a minha ajuda, mas eu não consigo entrar no hospital para explicar. A gente não consegue conversar com quem manda por falta de governança”, exemplificou. “Faz parte do que você retorna para a sociedade, e uma dica é trazer gente de fora para oxigenar isso e apontar o que precisa ser corrigido”, argumentou Lago.
O moderador da palestra, o diretor=geral da Santa Casa de Paranavaí e tesoureiro da FEMIPA, Héracles Alencar Arrais, considerou que a palestra serve para que cada participante leve ensinamentos para seu local de trabalho. “Abriu um pouco mais a cabeça para ir para a nossa Instituição e levar pelo menos 10% ou 20% e começar a mudar os processos”,disse.
O mundo está mudando
Lago também chama atenção para a percepção de todos os tipos de públicos sobre os valores da sociedade. Rodando o planejamento estratégico, é possível fazer a leitura de como o mercado nos vê e o que temos de estratégica para direcionar. “Sem dúvida, o radar universal têm sido as pautas ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança, em tradução livre). Doações têm sido direcionadas a isso. O mercado tem olhado muito”, ressaltou. “Qual o desafio disso? Qual a forma? Um relatório de atividades para deixar isso de forma bem clara. As pessoas querem sentir isso. Nós temos um formato fácil, o GRI Global, com 13 temas materiais e pesquisas com 5 instituições globais para atender aos 17 objetivos ODS”, acrescentou.
Outra dica são as métricas de gestão BSC e o ROI. “Já está mudando para o SROI, porque o Social na frente do ROI está cada vez mais sendo considerado pela sociedade. Nos últimos 20 anos, a gente traz a sociedade organizada, a percepção da sociedade como um diferencial”, apontou.
Fonte: Assessoria de imprensa Femipa - Magaléa Mazziotti