A sexta edição do Prêmio na categoria “Gestão de Assistência e Segurança do Paciente”, promovida durante o 16º Seminário Femipa, contou com as apresentações dos finalistas no encerramento de um dia de palestras.

Saiba mais sobre a trajetória de cada indicado ao prêmio (por ordem de apresentação):

Hospital Maternidade Alto Maracanã

Desde a entrada em vigor da “Lei da Cesariana”, em 2019, o debate sobre a taxa de cesarianas no país tem sido cada vez mais relevante. A legislação, que estabelece critérios mais rigorosos para a realização desse tipo de parto, foi um marco importante na tentativa de promover partos mais seguros e reduzir intervenções desnecessárias. No entanto, a mudança legislativa, por si só, não é suficiente; é necessário desenvolver ações concretas para incentivar práticas obstétricas e garantir que as gestantes recebam o apoio necessário para partos normais seguros, sempre que possível.

Em resposta a essa necessidade, o Hospital Maternidade Alto Maracanã desenvolveu uma série de incentivos ao parto que não seja cesariana. Entre elas, estão serviços de fisioterapia, visita guiada, substituição das mesas de parto por mesas PPP, oferta de dietas (chás, água saborizada, gelatinas e sopas com a quebra do jejum durante o trabalho de parto), consultoria em amamentação e escalda pés. De acordo com a gerente assistencial Sabrina Nogueira Tanaka, “com essas medidas implantadas, já percebemos mudança de comportamento. As gestantes se sentem seguras em realizar o porta normal conosco”, afirma.

Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo

A implementação do Núcleo de Segurança do Paciente em uma unidade de cuidados continuados integrados foi o case que o Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo apresentou. Basicamente, durante a pandemia, surgiu a necessidade e a importância de formalizar as atividades que já estavam sendo realizadas para a segurança dos pacientes, para ampliar e melhorar esse serviço.

Foi feita uma estruturação do Núcleo de Segurança NSP, que buscou melhorar os seguintes pontos: protocolos de segurança do paciente; vigilância, identificação, registro, análise pelos enfermeiros e monitoramento de eventos; necessidade de notificações; credenciamento na Rede Sentinela; treinamento on-line e comunicação, a cada dois meses, sobre segurança, fora o encontro presencial; entre outras ações implantadas como uma minuta da segurança, que é gerenciada pela própria unidade, uma meta com risco e possíveis melhorias identificadas para combater esses riscos. Segundo a enfermeira de qualidade Dorelayne Aparecido Brites, “essa proposta de alterações trouxe bastante engajamento interno dos colaboradores. Criamos os guardiões da segurança para monitoramento, uma Auditoria Educativa, conquistamos melhoria nos protocolos de segurança e, ainda, adesão de 97% na participação da pesquisa da cultura de segurança”, afirma.

Centro Hospitalar São Camilo

A Saúde 4.0 representa uma revolução no campo da saúde, integrando novas tecnologias e abordagens inovadoras para aprimorar o cuidado com a saúde em todos os níveis. Com o avanço da inteligência artificial, da Internet das Coisas (IoT), da análise de big data e de outras tecnologias emergentes, a Saúde 4.0 oferece um potencial sem precedentes para melhorar o diagnóstico, o tratamento e a prevenção de doenças. Essa abordagem não apenas possibilita uma prestação de cuidados mais eficiente e personalizada, mas também promove uma maior participação do paciente em sua própria saúde, resultando melhores resultados clínicos e uma qualidade de vida aprimorada.

Com essa preocupação, o Centro Hospitalar São Camilo desenvolveu quartos com automatização para seus pacientes, o único case do estado do Paraná. O objetivo é o de tornar a experiência menos difícil ao paciente, além de trazer autonomia em poder fechar as janelas, apagar as luzes, entre outros exemplos, sem a necessidade de um acompanhante. De acordo com o Coordenador de T.I. da instituição, Célio Ribeiro da Silva, o projeto contou com várias expectativas. “Uma busca incansável pelo conforto, automação para o próprio paciente, entretenimento, autonomia, tudo em um quarto com comando total por voz”, afirma.

Hospital Universitário Cajuru

A gamificação tem se destacado como uma poderosa ferramenta no campo da saúde, oferecendo uma abordagem inovadora e envolvente para a aprendizagem de conceitos e práticas relacionadas à saúde. E foi exatamente esse o caminho que o Hospital Universitário Cajuru implantou em sua unidade. Por se tratar de um hospital SUS e escola, existe o desafio de criar uma cultura de segurança. Segundo a OMS, 134 milhões de eventos adversos ocorrem a cada ano em hospitais, ou seja, as instituições precisam estar atentas para combatê-los.

Com isso, o Hospital optou por seguir as metas internacionais usando sistema de aprendizado para os colaboradores, com gamificação. De acordo com a gerente de Qualidade Caroline Lima, “descobrimos que esse foi o melhor formato para aprendermos juntos e, ainda, cobrar esses ensinamentos. Afinal, quem não adora um jogo?”.

Hospital Nossa Senhora das Graças

A maternidade do Hospital Nossa Senhora das Graças é considerada de alto risco, com 20 leitos. Com a implementação do horário do soninho na UTI Neopediátrica do hospital, a melhoria foi de grande impacto. De acordo com a coordenadora de Enfermagem da UTI Neopediátrica, Natália Bueno Zotto, “O ruído sonoro pode ser um dos componentes mais perturbadores do ritmo do sono e repouso dos RNs em UTIN, por conta dos elevados níveis de pressão sonoro, impactando até o ganho de peso”, afirma.

Outro fator positivo que a hora do soninho traz é a diminuição da agitação, da irritabilidade, contribui para a diminuição da perda de peso e alterações na termorregulação. Os objetivos centrais para o desenvolvimento do projeto foram o foco de mudanças internas, controle da luminosidade, orientação educativas para família e equipe multiprofissional e manipulação mínima do RNs. “Para entendermos o quanto de barulho fazíamos, realizamos uma pesquisa por decibéis. Só assim conseguimos mobilizar estruturalmente o hospital para fazer essas mudanças tão necessárias”, finaliza.

Hospital Ministro Costa Cavalcanti

Com o objetivo de ampliar a segurança materna e neonatal do Hospital, além de contribuir para a redução da mortalidade materna e RN, a implantação de uma melhoria na parte de uso de medicamentos foi realizada. De acordo com a farmacêutica Luciana Cristina Parra Benzoni do Valle, inserir a farmácia clínica e criar um sistema de fiscalização foi crucial para cumprir com esse objetivo,

“Nós criamos uma equipe multidisciplinar formada, basicamente, por profissionais da farmácia clínica e a equipe médica da maternidade, que, juntos, entregam uma revisão de consulta e abordagem do tema mais de talhada”, aponta. Isso significa maior revisão dos protocolos, com o trabalho dividido em: médicos fazem a revisão da prescrição como um todo e farmacêutica faz a revisão técnica. Assim, refizeram as revisões bibliográficas baseadas em literaturas e sociedades profissionais reconhecidas, além da transição da versão do sistema operacional vigente na instituição, criação do programa de Farmacoeconomia e indicador relação custo médio por paciente.

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa - Patricia Lourenço