Para arrematar a programação do segundo dia de evento, na sala de Gestão Hospitalar, foram apresentados os seis cases selecionados para o 6º Prêmio Femipa, na categoria sobre gestão. Concorreram quatro instituições de Curitiba: Hospital Erasto Gaertner, Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo, Hospital São Marcelino Champagnat e Hospital Nossa Senhora das Graças. Também apresentaram cases duas instituições do interior: o Hospital Regional de Caridade Nossa Senhora da Aparecida – Sociedade Beneficente São Camilo de União da Vitória e o Centro Hospitalar São Camilo – Beneficência Camiliana do Sul de Ponta Grossa.

Saiba mais sobre a trajetória de cada indicado ao prêmio (por ordem de apresentação):

Hospital Regional de Caridade Nossa Senhora da Aparecida – Sociedade Beneficente São Camilo 

Com o case “Efetividade da implementação de treinamentos online na gestão hospitalar”, o Centro Hospitalar Hospital Regional de Caridade Nossa Senhora da Aparecida – Sociedade Beneficente São Camilo, de União da Vitória conseguiu resolver um problema comum a muitos hospitais: disponibilizar treinamento para suas equipes via plataforma on-line e, de forma bastante efetiva, transpôs o desafio dos diferentes turnos em um hospital (quatro, dependendo da situação). A palestrante Cristielli Kiempinski Lobas afirmou o quanto foi assertivo o uso da plataforma e os meios de garantir o aproveitamento dos treinamentos. “Temos um pré-treinamento e um pós para medir os conhecimentos do colaborador e saber se o treinamento foi realmente assistido e assimilado. Como o perfil do nosso colaborador é bem competitivo, a adesão tem sido bem grande”, descreveu. Na comparação com o presencial, o ganho de satisfação e a participação nos treinamentos foram expressivos. “No presencial, não tínhamos muita flexibilidade de horário – sobretudo no ambiente de hospital, que se fazem necessários no mínimo quatro turnos, ainda mais quando se tem UTI”, comparou.

Centro Hospitalar São Camilo – Beneficência Camiliana do Sul de Ponta Grossa

A palestrante Sonia Denize Clivati Justus trouxe o case “Gestão de maletas e carrinhos de emergência em uma unidade hospitalar” do Centro Hospitalar São Camilo – Beneficência Camiliana do Sul de Ponta Grossa. Ela demonstrou a importância de se dedicar a devida atenção para um ponto que impacta o resultado de salvar vidas principalmente na reanimação cardiorrespiratória, que é a organização do carrinho. Ele se constitui em um verdadeiro armário móvel, com gavetas para medicamentos, materiais e equipamentos fundamentais. “Não se pode excluir a Enfermagem do processo. E considero ainda zero o conhecimento em termos de carrinho de emergência”, disse. Com a melhor gestão do carrinho no Centro Hospitalar São Camilo, em um período de apenas quatro meses, houve economia de medicamentos, além de evitar desperdício, porque passaram a utilizar antes aqueles que estavam mais próximos do vencimento. Foram monitorados durante os quatro meses 12 carrinhos e três maletas de emergências, conferidos pela equipe de farmácia do hospital e supervisionados por um farmacêutico.

Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo

Com o case “Como minimizar as consequências provenientes de um cenário de incertezas – gestão de riscos”, o Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo  de Curitiba tratou com propriedade de um assunto que marcou e está presente em a história da entidade desde 1971, quando era assistência social. A palestrante Elisa Maria de Souza, coordenadora de governança, apontou que, somente em 1983, eles conseguiram uma escola. A incerteza até hoje sempre acompanhou, tanto que, na pandemia, em 2018, foram obrigados a fechar os portões apesar de toda a relevante história de serviços prestados. O Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo acolhe, atualmente, mais de 270 pessoas com múltiplas deficiências, que estavam em situação de risco e/ou abandono familiar, com idades entre 0 e 120 anos.

Hospital Erasto Gaertner

Os bons resultados sem gerar qualquer custo adicional à Liga Paranaense de Combate ao Câncer (LPCC) são destaques no case “O escritório da qualidade como fomento de melhorias institucionais” do Hospital Erasto Gaertner de Curitiba-PR. Patrícia Rodrigues Gonçalves, supervisora de qualidade, contou que a superintendência desafiou a todos a fazerem tudo sem gastos. Com um olhar voltado para o momento da cultura institucional vigente, foi otimizado o que já era executado na própria entidade, como a gestão de indicadores. “Realizamos uma agenda para conhecer as boas práticas de outras instituições, como o Sírio Libanês. Perceberam a necessidade de realizarmos0 um momento educativo. Na LPCC, foi feita a gestão de qualidade, revisão de processos e aprimoramento do ERP. Os resultados para a Liga foram melhorias institucionais relacionadas à redução do desperdício, riscos e complexidade, sem qualquer investimento adicional. “É olhar a qualidade como um momento de melhoria contínua. Reduzindo desperdícios”, ressalta Patrícia. Ao final do levantamento, tudo foi encaminhado para o gestor da área, com as devidas sugestões de melhorias. Em paralelo, a qualidade desenhou um grupo de trabalho para discutir reincidências consideradas graves. E redesenhadas as ações.

Nossa Senhora das Graças

O case “Mapeamento do Processo de Alta Hospitalar do Hospital Nossa Senhora das Graças” mostrou como o hospital tornou mais eficiente o giro de leito fazendo uso de duas ferramentas apresentadas pela médica Daniele Duck Schulz. A primeira, segundo a palestrante, é VSM, que requer um esforço coletivo bastante significativo, pois é um processo mental/ comportamental mais denso, mas com bons resultados. A segunda ferramenta implementada foi Makigami. Com elas rodando em conjunto, o tempo de permanência conseguiu ser reduzido em um dia. “O que queremos não é alta precoce, mas uma alta responsável”, defendeu Daniele. Outro indicador foi o fluxo dos pacientes no hospital. A redução obtida caiu de quatro horas para uma hora e vinte e quatro minutos.

Marcelino Champagnat

A enfermeira especialista Sabrina do Rocio Kopietz apresentou o último case da categoria Gestão Hospitalar com o tema “Uma forma de gerenciar eventos adversos utilizando um software como recurso”, do Hospital Marcelino Champagnat. Com 126 leitos, ela explicou que o dashboard para o gerenciamento das não conformidades e das falhas é um diferencial estratégico desse monitoramento para futuras melhorias dos processos. Além disso, eles alinham os índices aos parâmetros internacionais. “Fazemos o monitoramento das notificações para as melhorias dos processos, verificamos quais são as incidências relacionadas às metas internacionais e fazemos análises”, apontou. Isso também permite gerar uma base de dados e quais foram os setores com mais eventos adversos, bem como sugerir melhorias e acompanhar a evolução das metas dos grupos de trabalhos. Também permite desdobramentos como ações educativas e campanhas de conscientização.

Fonte: Assessoria de imprensa Femipa - Magaléa Mazziotti