No Brasil, o câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres, sendo, no mundo, o primeiro em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. Já em mortalidade, esse tipo de câncer é o primeiro entre homens e o terceiro entre as mulheres, conforme dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer). E eles são ainda mais alarmantes quando analisados de perto: a última estimativa mundial, feita em 2020, mostrou 2,12 milhão de casos novos, sendo 1,35 milhão em homens e 770 mil em mulheres. Por isso, neste mês, está em evidência a campanha Agosto Branco, período para conscientizar e alertar a população sobre os riscos da neoplasia.

“A principal causa disparada de câncer de pulmão no Brasil e no mundo é o tabagismo, sendo o primeiro fator de risco o tabagismo ativo e o segundo o passivo, quando a pessoa mora com outra que fuma”, explica o cirurgião torácico do Hospital do Câncer Uopeccan Daniel Vidal Vieira.

E o desafio segue o mesmo: diagnosticar precocemente o câncer de pulmão. “Os principais sintomas são a tosse, dor torácica, escarro com ou sem sangue. Muitas vezes, esses sintomas são do dia a dia do paciente tabagista, o pigarro, a tosse… então ele dá pouca importância. Quando ele vem procurar o cirurgião torácico ou o oncologista, já está em um estágio muito avançado, em que o tratamento se torna mais difícil”, explica o especialista.

Dessa forma, ainda que o tratamento de preferência seja a cirurgia, se diagnosticado tardiamente, o paciente é encaminhado para outras terapias, como quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia guiada, que são tratamentos personalizados para cada tumor. “A diminuição ou a cessação do tabagismo definitivamente são as principais causas de prevenção. E a gente entra naquele clichê que todo medico fala: atividade física, estar dentro do peso corporal, fazer uma dieta balanceada e principalmente a cessação do tabagismo serão fatores que vão influenciar no câncer de pulmão”, alerta o médico sobre como prevenir a neoplasia.

Rastreamento precoce

O médico Daniel Vidal explica que, no período pós-pandemia, o número de exames de pulmão aumentou, o que ajuda a identificar lesões precocemente. “A gente começou a perceber pacientes vindo com o diagnóstico um pouco mais cedo, mesmo lesões que na maioria das vezes acabam não sendo câncer. Até por isso foram criados nas últimas décadas estudos para fazer esse tipo de rastreamento de câncer de pulmão. Tanto no estudo da década passada quanto no mais recente, foi percebida redução na mortalidade, em cerca de 20%, se feito o diagnóstico precoce”, reforça.

Fonte: UOPECCAN