O Agosto Dourado é o mês escolhido para conscientizar a sociedade sobre os benefícios do leite materno, alimento considerado ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O tema escolhido para a campanha deste ano é “Faça a diferença para mães e pais que trabalham” e traz à tona a discussão sobre a continuidade da amamentação quando a mulher precisa retornar às atividades profissionais.

Consagrado como o melhor e mais completo alimento, o leite materno é fundamental para a saúde e o desenvolvimento de bebês – fortalece o sistema imunológico, diminui os riscos de obesidade, de desenvolvimento de diabetes, casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão e colesterol alto, além de reduzir em 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.

A amamentação iniciada logo após o nascimento do bebê pode diminuir a mortalidade neonatal, aquela que acontece até o 28º dia de vida, e para as mulheres reduz o risco de desenvolvimento do câncer de útero e câncer de mama.

O Ministério da Saúde (MS) recomenda manter o aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais, devendo ser o alimento exclusivo até os seis meses de vida.

De acordo com último Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI/2019) do Ministério da Saúde, mais da metade (53%) das crianças brasileiras continuam sendo amamentadas no primeiro ano de vida. Entre as menores de quatro meses, 60%, e para as crianças de seis meses de vida o índice de amamentação exclusiva cai para 45,7%.

Quase todas as crianças foram amamentadas alguma vez (96,2%), sendo que dois a cada três bebês ainda na primeira hora de vida.

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, ressata que o impacto da amamentação é altamente positivo para a saúde do bebê, pois é possível passar os anticorpos da mãe, que protegem a criança contra diversas doenças.

“Esse leite possui todas as propriedades que um bebê necessita, e sem custo algum para a família. Precisamos incentivar e apoiar essa causa para que, cada vez mais, o aleitamento materno faça parte da vida dos nossos bebês”, disse.

Ele acrescenta que a amamentação ajuda, ainda, na redução do tempo de internação quando o bebê necessita de cuidados intensivos. “Além disso, propicia um maior vínculo entre a mãe e filho”, completou o secretário.

ESTRATÉGIAS – A Secretaria da Saúde do Paraná apoia várias estratégias que incentivam o aleitamento materno. Entre elas, a certificação dos hospitais “Amigos da Criança”, instituições onde as mães recebem todas as informações sobre a amamentação. No Paraná 21 hospitais possuem a habilitação.

O Estado também participa da estratégia “Amamenta e Alimenta Brasil”, formando profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) para o aleitamento materno e introdução da alimentação complementar saudável. Já a “Estratégia Mulher Trabalhadora que Amamenta” orienta quanto à amamentação nas empresas visando a continuidade do aleitamento materno quando as mulheres retornam ao trabalho.

Os Bancos de Leite Humano também incentivam a doação aos bebês que não podem ser alimentados pelas mães. O Paraná tem 14 bancos de leite e 21 postos de coleta, atendendo todas as regiões do Estado.

EVENTO – Em parceria com a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), e com objetivo de sensibilizar quanto às estratégias que buscam promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, a Sesa realizará em Curitiba um evento destinado aos gestores hospitalares e dos setores materno-infantil.

A capacitação, que ocorrerá nos dias 22 e 23 de agosto, também atualizará sobre o manejo do aleitamento materno para que, posteriormente, as equipes possam capacitar e difundir aos profissionais da área as informações sobre o assunto.

O evento contará com a participação da Coordenação Nacional da Saúde da Criança e do Adolescente do Ministério da Saúde; Sociedade Brasileira e Paranaense de Pediatria; Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa; além de vários palestrantes renomados no assunto.

Fonte: Sesa