A Associação Médica Brasileira (AMB) entrou na quinta-feira (13) com uma ação de responsabilidade por ato de improbidade administrativa no Ministério Público Federal (MPF) contra o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Em até 20 dias o ministro deverá ser intimado pelo MPF e a partir daí terá dez dias para responder à ação requerida pela entidade médica.

A AMB acionou a Justiça porque a pasta não utilizou os R$ 17 bilhões do Orçamento, que estavam autorizados entre 2011 e 2012. A entidade alega que deste valor, 8,3 são de restos a pagar e 9,01 de crédito não utilizado. “Como pedir mais recurso para a saúde se o Ministério deixa de utilizar 17 bilhões? Com esse dinheiro, seria possível fazer 38 mil cirurgias de hérnia, construir 68 mil postos de saúde ou contratar 627 mil médicos por 40 horas semanais, pagando R$ 20,8 mil já com os encargos”, disse Florentino Cardoso, presidente da AMB.Para o 1º Tesoureiro da AMB, José Luiz Bonamigo, “o dinheiro é pouco na origem, a destinação é baixa e nem tudo é utilizado”.

Em nota à imprensa, o Ministério da Saúde esclareceu que o ministro Alexandre Padilha lamenta que uma entidade médica recorra a este tipo de ataque por discordar do diagnóstico de que faltam médicos no Brasil e por tratar como tabu a perspectiva de atração de médicos estrangeiros para atuarem no Brasil. E que esta postura surpreende ainda mais por ocorrer após o ministro ter recebido as entidades médicas nacionais – além da AMB, participaram do encontro o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) – e acordado com elas a criação de um grupo de trabalho conjunto para discutir mecanismos para aumentar a presença de médicos em áreas carentes, sobretudo nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades.