São 400 mil atendimentos por ano, uma média de 33 mil por mês. Destes, cerca de 6% são pacientes de convênios médicos e particulares, que se juntam àqueles encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o Pronto Atendimento do Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Ou melhor: se juntavam. Para desafogar o fluxo de recepção e aumentar a capacidade de atendimento, o Hospital criou um P.A. exclusivo para estes pacientes.

PRONTO ATENDIMENTO EXCLUSIVO

O serviço é 24h e funciona diariamente para casos de emergência e urgência. O setor tem equipes de médicos e de enfermagem próprias, o que faz com que o atendimento aos pacientes do SUS não seja impactado. Pelo contrário: ao separar os 25 mil pacientes particulares e de planos de saúde em outro local, o Hospital, referência em alta complexidade no Sul do Brasil,  abre espaço para receber melhor quem é atendido gratuitamente. “A gente criou uma nova estrutura, um local separado onde é feito um acolhimento específico para esses pacientes, uma triagem. Assim, a gente consegue agilizar o atendimento tanto para o SUS quanto para os particulares e de convênio. Ambos se beneficiam”, pontua  o coordenador do pronto-atendimento do Hospital, Eduardo Bastos.

OTIMIZAÇÃO DE RECURSOS

O novo espaço foi desenvolvido em uma área que já existia e precisou apenas de reforma para se transformar em um P.A. A mão de obra foi interna, para economizar recursos. Uma medida importante para o Hospital, que é filantrópico e, assim como as demais instituições desse tipo, luta para garantir as contas em dia. Em média, o valor repassado pelo SUS para custear o atendimento aos pacientes cobre somente 60% do necessário.

“É uma pauta permanente, fato conhecido: são quase 20 anos em que a discussão sobre os valores é frequente e não há reajuste linear”, revela o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Paraná (Femipa), Charles London. “O valor (de remuneração do SUS) é insuficiente para fazer frente às despesas. Então os hospitais filantrópicos lançam mão de todas as alternativas para aumentar a receita: doações de uma forma geral, procura de outras fontes de recursos, como bazares, rifas e shows”, complementa. Também por isso, o atendimento particular é tão importante para ajudar a manter as contas em dia.

London reforça ainda a importância de manter-se um padrão de atendimento: “em todas as experiências, especialmente dentro dos hospitais filantrópicos, o atendimento é o mesmo, a responsabilidade com o paciente é a mesma. Pode mudar o espaço, a decoração, mas o cuidado com a vida é igual”.

O fluxo dos pacientes do novo pronto atendimento foi ajustado para que, além de receber pacientes de convênio e particular, possa também beneficiar o setor de pronto-socorro do SUS. Segundo Bastos, com a novidade, o tempo de espera reduziu consideravelmente. “Hoje a gente está mantendo nossas metas de realizar o atendimento dentro das conformidades. Muitos atendimentos são realizados de forma praticamente imediata e não estão mais se formando aquelas filas que anteriormente existiam, com os pacientes esperando por muitas horas”, comemora.

Fonte: Paraná Portal