O cuidado humanizado faz parte da essência do Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do país. Um exemplo são os atendimentos de psicologia hospitalar realizados desde a década de 1980 e que em 2022 completou 40 anos. A atuação de psicólogos reforça o compromisso que o Hospital tem com o atendimento de qualidade para os pacientes e o apoio aos familiares. Só em 2021, foram realizados 16.532 atendimentos.

“Antes da formalização do Serviço de Psicologia, a instituição já realizava atendimentos humanizados aos pacientes. A qualidade na assistência, ensino e pesquisa fazem parte da construção da história centenária da instituição”, pontua Uma das fundadoras do serviço no Hospital, Tatiana Forte, que também é diretora de Extensão da Faculdades Pequeno Príncipe.

O apoio psicológico oferecido pelo serviço atende os pacientes e seus familiares em questões relacionadas ao adoecimento, tratamento e hospitalização, com o respeito à individualidade de cada um. “Buscamos acolher e minimizar o sofrimento dos pacientes, englobando medidas preventivas e de reabilitação. O desenvolvimento de protocolos específicos, como o preparo para transplantes e atendimento às vítimas de violência e abuso sexual, são diferenciais da atuação dos psicólogos na instituição”, conta a coordenadora do Serviço de Psicologia do Pequeno Príncipe, Angelita Wisnieski.

Psicologia hospitalar

Fundamental para o tratamento de crianças e adolescentes, a psicologia hospitalar é parte essencial do Pequeno Príncipe. Diferentemente de outras áreas da psicologia em que os tratamentos podem ser feitos em longo prazo, os psicólogos hospitalares buscam desenvolver o começo, meio e fim de um tratamento enquanto a criança permanecer internada. Isso faz com que os métodos, as técnicas e os instrumentos sejam adaptados ao contexto hospitalar.

“No Hospital, nós trabalhamos a intervenção psicológica de curta duração. Alguns pacientes ficam 10, 15 dias internados, o que não possibilita a realização de um tratamento longo, como é feito pela psicologia clínica tradicional. Entre esse período em que a criança ou adolescente fique internada, nós precisamos fazer o tratamento com início, meio e fim, com foco na doença e hospitalização”, explica Tatiana Forte.

Atendimento

O Serviço de Psicologia fez parte da vida de diversas crianças e adolescentes que já passaram pela instituição, e uma dessas pacientes é a Maria Eduarda Colman. Aos 8 anos de idade, a menina descobriu que tinha escoliose e, após realizar consultas em outras instituições, foi encaminhada para o Pequeno Príncipe. No Hospital, a paciente teve atendimento multiprofissional, incluindo o psicológico. Como morava em Prudentópolis, Maria Eduarda e a família viajavam para Curitiba para realizar as consultas.

“Foi um período cheio de desafios para nós, porque era tudo novo. Mesmo sendo pequena, fiquei muito abalada com a situação. Até porque usei por um ano um colete ortopédico e tinha que utilizar por 18 horas todos os dias. Tinha vergonha de usar o colete e de ir para a escola com ele. Em vários momentos vinha na minha cabeça os pensamentos de por que eu tinha que passar por tudo isso. Ter o acompanhamento psicológico nestes momentos fez toda a diferença na minha vida”, lembra.

A jovem e ex-paciente da instituição é estudante de Farmácia, na Faculdades Pequeno Príncipe, e revela que decidiu profissionalizar-se na área da saúde para atuar no Hospital. “Escolhi a Farmácia porque queria atuar no Pequeno Príncipe. Hoje eu sou estagiária na instituição. Isso é muito especial para mim, pois é uma forma de agradecer e retribuir tudo o que fizeram por mim”, finaliza a colaboradora do Laboratório de Análises Clínicas.

Assistência e ensino

O Pequeno Príncipe oferece ensino na área da psicologia há muito tempo. Os cursos de férias ministrados a estudantes de diversas partes do Brasil, que são realizados no Hospital, a Especialização em Psicologia da Saúde e Hospitalar e o curso de Graduação em Psicologia, juntamente com o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdades Pequeno Príncipe, são pilares no ensino da área na instituição.

O Hospital entende a importância da sinergia da assistência com o ensino e a pesquisa, conjunto fundamental para a qualidade no atendimento às crianças e aos adolescentes. O Serviço de Psicologia dispõe de programas de estágio para os estudantes de graduação em Psicologia e pós-graduação em Psicologia da Saúde e Hospitalar da Faculdades Pequeno Príncipe, além de ser campo de estágio para os residentes em psicologia do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Criança e do Adolescente.

Além disso, o serviço também se dedica ao desenvolvimento de pesquisas na área da psicologia. Durante o ano de 2020, com a pandemia de COVID-19, o Serviço de Psicologia, em parceria com o Núcleo de Humanização e o Núcleo da Qualidade, realizou a ação BAOBA (Busca Ativa para Orientação Baseada em Apoio e Acolhimento). Os psicólogos realizaram escutas ativas diárias nos diversos setores do Hospital, oferecendo apoio e orientação aos profissionais. Essa ação resultou na escrita e publicação de um artigo em revista científica na área de psicologia.

Programa Família Participante

O Serviço de Psicologia do Pequeno Príncipe organizou, sistematizou e implantou o Programa Família Participante na instituição, que é uma extensão do cuidado oferecido às crianças e aos adolescentes, pois fortalece o vínculo afetivo entre os pacientes e seus familiares, além de reduzir o tempo de internamento de 17 dias para 3,7 dias.

Com o programa, o Hospital foi precursor de políticas públicas ao garantir aos pacientes internados o direito de permanecer com um acompanhante ao seu lado durante todo o período de hospitalização. A iniciativa oferece estrutura e apoio para o acompanhante permanecer na instituição, com apoio psicológico, assistência social, atividades de educação, cultura e lazer, quatro refeições diárias gratuitas, sala exclusiva para guardar pertences e áreas de convívio para descanso e higiene pessoal.

Ainda dentro do programa, os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que residem fora da região metropolitana de Curitiba e vêm à capital paranaense para a realização de consultas, exames e procedimentos também contam com a Casa de Apoio para hospedagem e alimentação. O espaço de acolhimento recebe gratuitamente mães, pais ou responsáveis e as crianças ou adolescentes em tratamento, vindos de todas as regiões do Brasil. Oferece quartos, sala de convivência e multiatividades, banheiros, cozinha e espaço de lazer para os pacientes, além da área administrativa.

Fonte: Hospital Pequeno Príncipe