A diretoria da FEMIPA recebeu, no dia 20 de março, dirigentes dos hospitais afiliados e autoridades para um café da manhã em comemoração aos 38 anos da Federação. Entre os presentes, estavam a deputada estadual Márcia Huçulak, que, na ocasião, representou o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano; a secretária de Saúde de Curitiba, Beatriz Battistela; o presidente do Conselho Estadual da Saúde do Paraná,  Fabio Stahlschmidt; o presidente da Associação Médica do Paraná, José Fernando Macedo; o presidente da  Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Mirócles Véras Neto; a presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de Santa Catarina (Fehosc), Irmã Neusa; a diretora de Contratualização e Regulação da Secretaria de Estado da Saúde, Dra. Lilimar Regina Naldony Mori; além de representantes de outros parlamentares paranaenses.

Durante no encontro, o presidente da Femipa, Charles London, demonstrou a relevância das santas casas e dos hospitais filantrópicos para o sistema e destacou que essas instituições são parceiras do estado na oferta de serviços gratuitos na Saúde. Para exemplificar, ele trouxe alguns dados, lembrando que, dos 448 estabelecimentos de Saúde, 148 são filantrópicos, e a FEMIPA representa 72 desses. Do total de leitos no Paraná, as entidades sem fins lucrativos ofertam 51% dos leitos gerais e também 51% dos leitos de UTI. No ano passado, foram responsáveis por 59,25% dos atendimentos ao SUS e 64,24% da alta complexidade. Vale mencionar, ainda, que, em 54 municípios do estado, hospitais filantrópicos são o único equipamento de saúde.

Ainda durante a apresentação, o presidente da FEMIPA reforçou que as santas casas e os hospitais filantrópicos afiliados garantem um atendimento de excelência para a população do Paraná. “Como a remuneração é insuficiente, realizam um intenso trabalho de captação de recursos, seja por meio da doação de pessoas físicas e jurídicas ou de emendas parlamentares”, disse, mostrando exemplos de investimentos significativos feitos pelas instituições.

“Somos grandes parceiros. Por isso, buscamos um olhar atento dos diferentes atores envolvidos no setor de Saúde aos hospitais filantrópicos e diálogo constante para construção de ações e políticas públicas. Também precisamos, urgentemente, de um reajuste efetivo da tabela, além de novos modelos de financiamento, para que possamos focar apenas naquilo que fazemos de melhor: prestar o melhor atendimento para a população paranaense”, completou.

“Não se concebe o Sistema Único de Saúde sem as filantrópicas. Como parte fundamental do SUS, elas precisam ser revisitadas e revisadas em seus conceitos e na sua forma de contratualização”

Com essa fala, a deputada estadual Márcia Huçulak parabenizou a FEMIPA e reforçou o trabalho de parceria de tantos anos. Na avaliação dela, a forma de financiamento e os recursos são uma preocupação constante do setor. “As demandas são inúmeras, e os recursos, limitados”, disse Márcia, ex-secretária de saúde de Curitiba que, como deputada, lidera o Bloco da Saúde e vice-presidente da Comissão de Saúde Pública da Assembleia.

Por ser um setor bastante complexo e que lida com a vida das pessoas, a deputada reforçou a importância da resiliência para quem trabalha na área. “Se tem uma palavra que faz diferença no setor de saúde é resiliência. É a habilidade de lidar com as adversidades e superá-las, sem entrar em crise. O Paraná é um estado que apoia e entende a importância das filantrópicas para a saúde”, finalizou.

Homenagem

Como o evento marcou o aniversário da FEMIPA, após as apresentações, foi o momento de homenagem. O convidado foi Dr. Fahd Haddad, diretor-superintendente da Santa Casa de Londrina, que foi um dos fundadores da Federação. Ele fez um recorte da história dessas instituições no Paraná e considerou que elas são essenciais para o sistema de Saúde, porque são resilientes e lutam, diariamente, para oferecer atendimento de excelência. Aproveitando o momento, o diretor entregou à FEMIPA um presente que simboliza os 88 anos da Santa Casa de Londrina: a torre do hospital em miniatura, um símbolo da instituição, com a ideia da luz que salva vidas.

Outros dados relevantes 

  • 53,46% dos instituições de Saúde realizam parto
  • 59,44% das cesáreas e 52,88% dos partos normais
  • Das cirurgias realizadas pelo SUS, os filantrópicos responderam por 58,41%
  • Taxa de ocupação hospitalar dos filantrópicos foi de 69,08%
  • 49,11% dos hospitais filantrópicos receberam pacientes oncológicos em 2023
  • No atendimento ambulatorial da especialidade, foram 44,84%
  • Das internações SUS em Oncologia, 64,86% foram realizadas pelas instituições filantrópicas
  • Do atendimento SUS em cardiologia, filantrópicos realizaram 69,08%
  • 54,55% dos hospitais filantrópicos têm especialidade de Psiquiatria

Fonte: Indicadores Numb3rs | Base de dados Datasus | Competência 2023

  • A cada R$ 100 investidos pelas entidades filantrópicas, o SUS remunera R$ 60
  • Desde 1994, a tabela SUS e seus incentivos foram reajustados, em média, 93,77%
  • Neste período, o Índice de Preços do Consumidor subiu 636%, o salário mínimo, 1.597%, e o gás de cozinha, 2.415%
  • Esse descompasso brutal representa R$ 10,9 bilhões ao ano de desequilíbrio econômico-financeiro na prestação de serviço ao SUS

Fonte: CMB

Fonte: Assessoria de imprensa FEMIPA - Maureen Bertol