Embora sejam menos invasivas e ofereçam mais segurança tanto para pacientes quanto para cirurgiões e hospitais, as cirurgias cardíacas robóticas ainda representam uma pequena parcela dos procedimentos realizados no Brasil. Segundo o Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (BJCVS), os principais entraves são o alto custo dos sistemas e a falta de profissionais habilitados para operá-los.
O cenário é bem diferente dos Estados Unidos e da Europa, onde intervenções como a revascularização do miocárdio com tórax totalmente fechado já fazem parte da rotina em diversos centros cirúrgicos. No entanto, os números no Brasil vêm crescendo, impulsionados pelo credenciamento de novos centros habilitados.
Um desses centros é o Hospital Angelina Caron, na Região Metropolitana de Curitiba, que passou a oferecer a cirurgia cardíaca robótica no primeiro semestre deste ano. Para o cirurgião cardiovascular Milton Santoro, que atua no ambulatório de cirurgia minimamente invasiva da instituição, a escolha pela tecnologia teve como principal motivação a busca por excelência: “Aqui contamos com sistemas robóticos mais avançados disponíveis no mercado”, destaca.
A cirurgia robótica tem representado um marco no desenvolvimento de técnicas minimamente invasivas em diversas especialidades e, atualmente, é amplamente utilizada em procedimentos de alta complexidade, segundo o Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (BJCVS). Desde sua introdução em 1998, a tecnologia tem evoluído continuamente, consolidando-se como uma alternativa segura e eficiente. “Todos os cirurgiões querem oferecer mais qualidade, resultados e eficiência aos seus pacientes. E as instituições precisam acompanhar essa nova era da cirurgia, buscando qualificação para atrair pacientes por meio da excelência no atendimento e da modernização dos procedimentos”, complementa Santoro.
Ele explica que, ao contrário da cirurgia cardíaca tradicional — que exige a abertura completa do tórax, com separação do osso esterno, a cirurgia robótica é realizada por meio de pequenas incisões, pelas quais o cirurgião controla os braços robóticos com alta precisão. Ao evitar a necessidade de realizar a esternotomia (serrar o osso), essa técnica proporciona uma série de benefícios para o paciente: recuperação mais rápida, menos dor no pós-operatório, menor risco de infecções, redução no tempo de internação e menor necessidade de transfusões e outras complicações pós-operatórias.
“Hoje, cerca de 60% das cirurgias cardiovasculares realizadas por nossa equipe, no Hospital Angelina Caron, contam com algum nível de assistência robótica — seja por meio de técnicas minimamente invasivas com instrumentação avançada ou com o uso completo de sistemas robóticos, que representam o que há de mais moderno em cirurgia robótica”, explica o cirurgião.
Foco em inovação e qualificação
O cirurgião Rodrigo Ribeiro de Souza, referência internacional na área e responsável pelo início dos procedimentos no Angelina Caron, acredita que a introdução das cirurgias cardíacas robóticas reforça o compromisso do Hospital com a inovação e a medicina de excelência. “Somos um dos poucos centros no Brasil com essa capacidade técnica e tecnológica, o que nos posiciona como referência não apenas em volume de atendimentos, mas também em inovação e qualificação da equipe médica”, destaca Souza.
Coordenador de cursos renomados em Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva na América Latina, com mais de 120 cirurgiões já treinados, Souza divide a coordenação do novo Programa de Certificação em Cirurgia Robótica Cardíaca da UniCaron com o também cirurgião Milton Santoro. A UniCaron, Escola de Prática e Simulação Clínica e Cirúrgica, conta com apoio estrutural do Hospital Angelina Caron.
O curso oferece uma formação completa, com um ambiente de aprendizado altamente imersivo e profissional, dividido em três fases: conteúdo teórico; simulação com wet lab (ambiente de treinamento prático que simula um cenário cirúrgico real); e prática supervisionada em centro cirúrgico, utilizando toda a estrutura do Hospital.
“Reunimos os principais especialistas envolvidos nesses procedimentos e desenvolvemos um programa único, com simulações realistas e o suporte completo do Hospital”, explica Santoro. “Quando retornarem às suas instituições de origem, os participantes já terão vivenciado uma experiência prática real — algo decisivo para a introdução desses procedimentos em seus próprios centros”, completa.
Acesse o site da UniCaron (unicaron.com.br) para mais informações sobre o Programa de Certificação em Cirurgia Robótica Cardíaca.
Fonte: Hospital Angelina Caron