Em reunião extraordinária do Conselho Consultivo da CMB, por meio de videoconferência, nesta quarta-feira (4/8), representantes de diversos hospitais filantrópicos discutiram sobre a desmobilização de leitos UTI Covid e a conversão para leitos gerais, diante da diminuição do número de internações. O foco da discussão foi a necessidade de remuneração compatível com os custos de operação desses leitos. O presidente da Femipa, Flaviano Feu Ventorim, que também é vice-presidente da CMB, participou do encontro.

O diretor-geral da Santa Casa de Araraquara, Rogério Bartkevicius, apresentou levantamento com evidências sobre o déficit de cobertura dos gastos. Atualmente, o governo federal paga pouco mais de R$ 400 por leito de UTI, quando há a necessidade de que o valor seja, no mínimo, de R$ 1.600 – o custo varia entre R$ 1.900 a R$ 2.300.

O presidente da CMB, Mirocles Véras, destacou a relevância do setor filantrópico na oferta de leitos de UTI e o alerta do que o subfinanciamento pode causar. “Nossas instituições têm 24.328 leitos de UTI, sendo 25% SUS. “Temos mais de 500 anos de trabalho e a nossa missão não será destruída. Temos que mostrar ao governo que mantendo o atual valor, vamos fechar e não contarão mais com os 25% do que representamos na área de UTI do SUS”, falou. “Todos nós temos que estar preocupados, mas temos que atuar e preciso ter o respaldo de todos para estudarmos ação, não apenas na busca por recursos para cobrir só a questão das UTI’s, mas para viabilizar nossas instituições, para a sustentabilidade delas”, acrescentou.

O presidente do Conselho Consultivo, Carlos Augusto Meinberg, lembrou que a Constituição determina que a saúde é direito de todos e dever do Estado, porém, “a obrigação do Estado não está sendo cumprida”. “Nós é que estamos cumprindo e buscando recursos, de todas as formas, para que isso aconteça. Não podemos ficar trabalhando com prejuízo”, salientou.

No próximo dia 19, a diretoria da CMB se reunirá com representantes do Ministério da Saúde, para discussão da medida provisória (MP) que estabelece a destinação de R$ 2 bilhões para as Santas Casas e hospitais filantrópicos, e levará também o pleito de reajuste da remuneração dos leitos de UTI. “Devo estar respaldado pelos hospitais, para levarmos a questão documentada e não mais pedirmos, mas discutirmos de forma forte e clara”, ressaltou o presidente da CMB.

Fonte: CMB