imagesA importância da governança corporativa na rotina das empresas, inclusive em organizações do setor de saúde, gerou um aumento da demanda para formação de conselheiro de administração. Inicialmente, a demanda era de empresas de capital aberto. Atualmente, ela surge também em empresas de capital fechado, familiares e empresas sem fins lucrativos. As informações são do Valor Econômico.

Os cursos para formação de conselheiros de administração se multiplicaram e se especializaram. No Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), as especializações saltaram de quatro, em 2006, para 26, em 2013. De acordo com o gerente de capacitação do IBGC, Rodrigo Trentin, cerca de 1.315 alunos já passaram pelo instituto em 2013, ante 345 em 2006. “As práticas de governança corporativa estão cada vez mais presentes no dia a dia das empresas. Os executivos precisam buscar qualificação para atender esta nova demanda”, afirma Trentin.

O IBGC oferece desde cursos introdutórios até especializados como, por exemplo, voltados para conselheiros de administração ou para herdeiros, no caso das empresas familiares. Só em 2013 o curso para conselheiros – focado nas principais responsabilidades ligadas à função, legislação, gestão de risco, finanças e estratégias – teve cinco edições. “O candidato precisa saber de suas responsabilidades e que, se tomar decisões que prejudiquem a empresa, poderá responder com seus bens pessoais”, explica Trentin. Segundo ele, embora o curso seja voltado para conselheiros, apenas 7% dos alunos já ocupam esta função. “A maior parte é formada por executivos que atualmente ocupam altos cargos de direção e querem se preparar para esta segunda carreira como conselheiro”, disse.

Denise Santos, presidente do Hospital Beneficência Portuguesa é uma das alunas desse cursos. Ela afirma que a formação é importante para capacitar a gestão executiva com a adoção de melhores práticas desde jurídica até estratégica. Além disso, mais do que se preparar para um possível cargo de conselheiro, Denise conclui que o curso também é importante para a gestão dos comitês que dão suporte à diretoria executiva. “A empresa, como um todo, tem que se adequar para mostrar suas práticas de governança de forma transparente, sem importar se a empresa é de capital aberto, fechado ou familiar. Já trabalhei em empresas privadas e hoje sou presidente de uma entidade filantrópica e a necessidade de governança é a mesma”, disse.

Outro aluno do IBGC, José Antonio de Lima, diretor presidente da Fundação Zerbini, que gerencia o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que havia uma falta de entendimento entre o que era governança corporativa na área da saúde e a participação nesses cursos tem ajudado a formatar esta cadeia produtiva.

Médico, Lima é também conselheiro do Hospital Samaritano e do Hospitalar Santa Celina. Segundo ele, a formação é importante para levar a ideia de melhores práticas para dentro das instituições, seja como conselheiro ou como executivo. Além disso, a governança é importante não apenas para quem está no conselho mas também para quem está na gestão. O executivo ressalta o fato dos cursos terem um efeito multiplicador. “Depois que fiz o curso vimos a necessidade de expandir esta formação dentro da empresa”, afirma.
A grande demanda dos executivos também levou à criação de cursos cada vez mais focados em nichos específicos de governança. A Trevisan Escola de Negócios criou um MBA Premium em governança contábil com duração de um ano e meio. Segundo o coordenador geral da Trevisan, Ricardo Cintra, é um curso voltado para o executivo da mais alta gerência, que faz parte do comando da empresa e que já tenha noções de governança. “O foco é como a governança se aplica na contabilidade”, afirmou. Cintra completa que o caminho na formação de executivos é a formação através de cursos cada vez mais focados em nichos específicos.

Fonte: Diagnóstico Web