Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, divulgada no final de 2020, 14,6% dos brasileiros com 18 anos ou mais (que representa cerca de 23,2 milhões de pessoas) afirmaram ter diagnóstico médico de colesterol alto. Apesar disso, esse é um problema de saúde silencioso, ou seja, quem não faz avaliações médicas regulares pode ter níveis alterados de colesterol sem saber.

“Ninguém sente o colesterol. A pessoa vai sentir somente quando aparecer alguma manifestação cardiovascular. Mas, anos de colesterol alto pode resultar em um infarto ou em Acidente Vascular Cerebral – AVC, o popular derrame. Por isso, é importante fazer um check-up regularmente”, salienta o cardiologista Dr. Leandro Vasconcelos, chefe de Cardiologia Clínica do Hospital São Vicente Curitiba.

Neste próximo domingo, 8 de agosto, é o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, data que lembra a importância do diagnóstico e das mudanças de hábitos de vida. “O colesterol é saudável para o nosso organismo, o problema é o excesso”, destaca o cardiologista, reiterando a importância do controle adequado.

O colesterol é um tipo de gordura que todas as pessoas têm em circulação no sangue e serve de base para a produção de vários hormônios, células e está presente até em nervos. “Podemos dizer que o colesterol é um tijolinho muito importante para a construção do nosso organismo. O problema é quando está em um nível muito alto, aí sim podem surgir algumas doenças, principalmente a aterosclerose, que é a deposição de gorduras nos vasos sanguíneos”, alerta Dr. Leandro Vasconcelos, que lembra ainda que a aterosclerose também é assintomática e o que pode causar infarto ou AVC.

Existem dois tipos de colesterol: o LDL, conhecido como “ruim” e o HDL, denominado de “bom”. É necessário um equilíbrio entre ambos para que se tenha um nível adequado no organismo. “O HDL tem a função de tirar o colesterol ruim do sangue e jogar para o fígado, que elimina esse colesterol. Então, quanto mais alto o HDL, melhor porque ele tira o LDL do sangue. É o LDL, por exemplo, que causa o depósito de gordura no sangue. Por isso, é importante ter um nível de HDL mais alto e o LDL baixo”, explica o cardiologista do Hospital São Vicente Curitiba.

O nível do HDL, geralmente, precisa ser acima de 40 mg/dl. Já o LDL varia para cada pessoa, relata Dr. Vasconcelos. “O alvo do LDL vai depender do risco cardiovascular que o médico calcula a partir do perfil de cada um. Um paciente que já teve um infarto ou AVC, precisa de uma meta mais agressiva, como abaixo de 50 mg/dl, por exemplo. Um paciente diabético tem um LDL aterogênico, com potencial maior de acúmulo gordura, então precisa de um nível mais baixo também. Mas se é um paciente jovem e sem doenças, ele é de baixo risco, assim, posso tolerar que tenha uma LDL de 130 mg/dl. Cada pessoa vai ter um nível de LDL considerado aceitável a depender do seu risco.”

Importância dos hábitos saudáveis

A adoção de hábitos saudáveis é fundamental, pois têm influência direta no colesterol. No caso do LDL, uma alimentação rica em gorduras saturadas (como as gorduras das carnes, dos derivados do leite) e alimentos industrializados ajudam a aumentar os níveis desse tipo de colesterol. “Contudo, as gorduras boas, gorduras poli-insaturadas e monoinsaturadas são saudáveis e melhoram o perfil do colesterol. Elas estão presentes em alimentos como azeite, salmão, atum, castanhas, amêndoa e abacate, entre outros”, exemplifica.

Os exercícios físicos ajudam a aumentar o HDL. “A prática de exercício físico é essencial dentro de qualquer orientação para saúde, pois aumenta os gastos energéticos e isso faz com que se reduza o colesterol”, salienta. “Mas só o exercício físico não consegue atingir a meta. O exercício aumenta bastante o HDL, mas não tem efeito tão potente no LDL. Por isso é preciso cuidar também da alimentação”, ressalta. A recomendação é que se faça 150 minutos de exercícios aeróbicos por semana. Parar de fumar e não consumir bebidas alcoólicas em excesso é importante para evitar lesões nas paredes dos vasos sanguíneos, que favorecem e aceleram o acúmulo de gorduras.

A maioria dos pacientes consegue controlar os níveis de colesterol com mudanças de hábitos de vida e os remédios são indicados apenas em casos mais específicos. “Caso os níveis não melhorem com o paciente seguindo à risco todas essas metas, pode ser necessário ter a medicação. Para pacientes que já tiveram AVC ou infarto, por exemplo, sempre vamos utilizar remédios para evitar novos eventos cardiovasculares”, observa Dr. Leandro Vasconcelos.

Sobre o Hospital São Vicente-FUNEF

Fundado em 1939, o Grupo Hospitalar São Vicente-FUNEF é composto pelo Hospital São Vicente Curitiba e pelo Hospital São Vicente CIC, que atendem a diversas especialidades, sempre pautados pela qualidade e pelo tratamento humanizado. Referência em transplantes de fígado e rim e nas áreas de Oncologia e Cirurgia, desde 2002, o Grupo é mantido pela Fundação de Estudos das Doenças do Fígado Kotoulas Ribeiro (FUNEF).

O Hospital São Vicente Curitiba é um hospital geral que atende alta complexidade. Em uma estrutura moderna, conta com pronto-atendimento, centros médico, cirúrgico e de exames, UTI, unidades de internação e centro de especialidades. Possui o selo de certificação intermediária de transplantes hepático e renal da Central Estadual de Transplantes do Paraná e seu programa de Residência Médica é credenciado pelo Ministério da Educação (MEC) nas especialidades de Cirurgia Geral, Cirurgia Digestiva, Cancerologia Cirúrgica e Radiologia.

A instituição integra ainda a lista de estabelecimentos de saúde que atendem ao padrão de qualidade exigido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, órgão regulador vinculado ao Ministério da Saúde. Mais informações no site www.hospitalsaovicente.com.br.

Fonte: Hospital São Vicente