A tarde do segundo dia de atividades começou divertida com a companhia do Doutor da Alegria Angelo Brandini, na palestra Uma Experiência de Alegria em Meio a Adversidade. Os Doutores da Alegria atuam desde 1991, tendo realizado mais de 800mil visitas a crianças hospitalizadas. Hoje atendem oito hospitais de São Paulo, quatro de Recife, um de Belo Horizonte e mantém oito projetos piloto no Rio de Janeiro.

O trabalho do grupo é profissional, mantido com recursos advindos da Lei Rouanet, de incentivo a cultura, sócios mantenedores, recursos próprios originários de peças de teatro, participações de televisão e apresentações como a de hoje. Especialistas na arte do riso, já receberam diversos prêmios pela ação, entre eles em 1997 o Prêmio Criança da Fundação Abrinq, em 1998, 2000 e 2002 foram classificados entre as 40 melhores práticas sociais do planeta pela ONU e em 2003 ganharam o Prêmio Bem Eficiente.

Os programas têm duração mínima de um ano, com visitas que acontecem duas vezes por semana em horário fixo. “Fazemos um trabalho contínuo utilizando a arte para tirar a criança do estado de passividade. O tempo de cada encontro varia de acordo com a necessidade da criança, sempre prezando acima de tudo pela qualidade da relação”, explica Angelo.  “Nunca vamos com apresentações prontas, as coisas acontecem de acordo com a criança e do quão receptiva a nós ela está naquele dia”, completa.

“No nosso dia-a-dia no hospital buscamos transformar os obstáculos em ferramentas de trabalho”, conta. Um exemplo disso foi demonstrado com a participação da plateia. Dois participantes foram convidados a subir ao palco e junto a Angelo formaram um trio musical. Os instrumentos eram uma luva cirúrgica e uma seringa, transformados em percussão.   “A arte do palhaço é conseguir enxergar possibilidades além do que a razão e a lógica mostram, com criatividade, alegria e espontaneidade. Características que também encontramos nas crianças”, diz.

Toda a apresentação foi permeada de brincadeiras, descontração e bastante interatividade com o público, para que todos pudessem mais do que conhecer o trabalho dos Doutores da Alegria, sentir o efeito que ele tem com as crianças. “Por mais doente que a criança esteja, ela sempre tem uma parte saudável e a nossa missão é resgatar isso”, conclui.