A segurança do paciente ainda é desafiada por falhas na prescrição e administração de medicamentos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), erros relacionados à medicação geram um impacto econômico global superior a US$ 42 bilhões por ano.
O dado reforça a urgência de fortalecer práticas assistenciais e adotar tecnologias que reduzam riscos em etapas críticas do cuidado, como a definição da posologia.
Para enfrentar o problema, a OMS lançou a iniciativa Medicação Sem Danos, que tem como meta reduzir em 50% os danos evitáveis associados ao uso de medicamentos nos próximos anos. Nesse cenário, a transformação digital surge como aliada estratégica para apoiar a segurança assistencial, melhorar fluxos de trabalho e otimizar a tomada de decisão clínica.
Cálculo posológico exige precisão e padronização
A posologia — conjunto de orientações sobre dose, intervalo e duração do tratamento — é parte essencial da jornada do paciente, especialmente em ambientes com alta rotatividade e carga assistencial intensa.
No entanto, falhas nessa etapa ainda são recorrentes: dados do governo federal indicam que 5,7% das prescrições apresentam erro na dosagem, número que pode chegar a 56% em contextos com menor monitoramento e estrutura.
Entre os erros mais comuns estão:
- Interpretação incorreta entre dose e concentração da substância;
- Conversão inadequada de unidades (mg vs. mL);
- Desconsideração de variáveis clínicas como peso e idade;
- Falhas na leitura da bula ou rótulo do produto.
Soluções digitais ampliam segurança clínica
Para apoiar a acurácia do processo de prescrição e minimizar riscos operacionais, ferramentas digitais estão ganhando espaço nas rotinas clínicas. Um exemplo é a calculadora de medicamentos do Conclínica, empresa especializada em software de gestão para clínicas e consultórios.
A solução permite realizar o cálculo posológico com base em parâmetros clínicos e concentração do fármaco, reduzindo a dependência de cálculos manuais e aumentando a rastreabilidade das decisões clínicas.
Segundo o manual da ferramenta, o cálculo envolve a divisão da dose prescrita pela concentração informada na embalagem, exigindo atenção e validação por parte do profissional. A automatização desse processo, integrada ao prontuário eletrônico, pode padronizar rotinas, reduzir a incidência de falhas humanas e gerar eficiência operacional.
Gestão do risco e cultura da segurança
Promover a segurança medicamentosa passa por incorporar boas práticas clínicas, protocolos assistenciais baseados em evidências e soluções de apoio à decisão. A conferência cruzada por dois profissionais, a capacitação contínua das equipes e o uso de tecnologias interoperáveis reforçam a governança clínica e fortalecem a cultura da segurança do paciente.
Para instituições de saúde que buscam alinhar qualidade assistencial com eficiência, o investimento em tecnologias de suporte à prescrição e protocolos automatizados não é apenas uma estratégia operacional — é uma necessidade sistêmica.
Fonte: Saúde Business