O Brasil é signatário de um acordo firmado com a ONU (Organização das Nações Unidas) em 2015 para reduzir, até 2030, a razão de mortalidade materna para, no máximo, 30 por 100 mil nascidos vivos, ou seja, quase um quarto do número registrado em 2021.

Em março, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), juntamente com outras agências e parceiros das Nações Unidas, lançou uma campanha para incentivar os países da América Latina e do Caribe a reduzir a mortalidade materna, que aumentou em 15% entre 2016 e 2020. A iniciativa ressalta que serviços de saúde materna acessíveis, bem como profissionais disponíveis, treinados, equipados e que respeitem os direitos e particularidades das gestantes também são fundamentais para reduzir a mortalidade materna.

O setor filantrópico de saúde brasileiro tem um papel de peso no atendimento às mães – do nascimento, com a oferta de maternidades à saúde de seus filhos, com os serviços de Pediatria. No país, 1.013 hospitais filantrópicos realizam partos. O setor privado, por exemplo, conta com 105 unidades que atuam com o serviço.

Pediatria

Na área pediátrica, mais de 1.400 estabelecimentos filantrópicos prestam atendimentos nessa especialidade, representando 31% dos atendimentos totais realizados em unidades hospitalares. Em 2022, 38% da demanda em pediatria foram atendidas nesses hospitais.

Na oferta de leitos pediátricos, o setor filantrópico tem presença significativa: 68% dos leitos destinados ao SUS (Sistema Único de Saúde) para UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) do tipo III – que atendem a pacientes que necessitam de nível de atenção muito alto – estão em instituições filantrópicas.

O destaque continua com os serviços na alta complexidade. No ano passado, dos 38.410 transplantes pediátricos realizados, 61% foram feitos em hospitais filantrópicos.

Na oncologia, 55% dos atendimentos à pacientes infantis também ocorreram nessas instituições, assim como 50% dos atendimentos hospitalares de procedimentos com finalidade diagnóstica e 40% (190.509) dos procedimentos cirúrgicos.

“Indiscutivelmente, os hospitais filantrópicos são a base do Sistema Único de Saúde. Em razão de toda essa magnitude, é preciso buscar, cada vez mais, ações que garantam a sustentabilidade dessas instituições, para que superem as dificuldades financeiras, agravadas pela defasagem de 20 anos da tabela de procedimentos SUS e, assim, tenham condições de continuarem seus trabalhos e o atendimento à mães, filhos e todo o restante da população brasileira”, fala o presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Mirocles Véras.

Fonte: CMB