O impacto da crise econômica e política do país atingiu a Saúde Suplementar, que perdeu cerca de três milhões de beneficiários, desde 2014, abalando também o acesso e atendimento desses usuários, que voltaram para o SUS. Para o economista de Saúde e Desenvolvimento Social do Banco Mundial, André Medici, há, sim, uma crise no financiamento, que é agravada pela ineficiência do sistema. ‘O sistema de saúde no Brasil atende de maneira desproporcional às necessidades daqueles que podem financiar parcial ou totalmente suas necessidades de saúde, através da saúde suplementar, de canais privilegiados do SUS ou de processos de judicialização, e nega o direito dos mais pobres em ter uma cobertura básica que lhes permita garantir assistência de qualidade e em condições de dignidade’.

Ele também afirmou que, em época de eleições é difícil conciliar promessas eleitorais com propostas efetivas. Contudo, candidatos comprometidos deveriam pensar uma agenda contendo reformas do setor saúde, que incluam ‘uma cultura de inclusão, proteção financeira e equidade, do ponto de vista do financiamento, e de resultados sanitários e assistenciais, do ponto de vista da gestão setorial’; a não-fragmentação do financiamento da saúde entre o SUS, a saúde suplementar e os gastos diretos das famílias, mas, ‘fazer parte de um sistema unificado de gestão de riscos de saúde que integre de forma harmônica e equitativa as distintas fontes de financiamento de acordo com a capacidade de pagamento das diferentes clientelas’; e a construção de redes regionais de saúde, geridas de forma eficiente, entre outros.

Medici participa do XIII Congresso Nacional de Operadoras Filantrópicas de Planos de Saúde, no painel ‘Cenário Mercadológico da Saúde’, no dia 25 de julho.

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Fonte: XIII Congresso Rede