Os hospitais do Paraná asseguram que a estrutura atual é adequada para tratamento dos pacientes com o novo coronavírus, desde que a população mantenha o isolamento para conter o avanço no número de casos. Levantamento da Gazeta do Povo mostra que o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva no estado, em fevereiro de 2020, era maior do que em 2009, quando ocorreu o surto de H1NI no país, mas o total de leitos hospitalares diminuiu, especialmente aqueles do Sistema Único de Saúde (SUS). A mesma situação ocorreu em Curitiba. A ampliação do número desses equipamentos é tida como fundamental e urgente para tratamento da Covid-19.

“É uma boa relação de leito/paciente em relação ao Brasil”, afirmou o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Flaviano Ventorim em entrevista coletiva on-line realizada na tarde desta segunda-feira (23). “A gente tem uma possibilidade de converter leitos de UTI de queimados, de UTIs neopediátricas e até leito de enfermaria para isso também. O que precisa é de respiradores e equipamentos de monitoramentos. O governo federal está preocupado com isso e promete atender as áreas mais carentes. O estado está fazendo uma governança de equipamentos, distribuindo equipamentos excedentes de alguns hospitais. Acho que não vamos ter problemas com isso. Com a redução das cirurgias eletivas, vai haver desocupação dos leitos. Acha que estamos bem resolvidos”, declarou Ventorim.

Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde, em janeiro de 2009 o Paraná tinha 28,7 mil leitos hospitalares, dos quais 20,9 mil do SUS. Pelo dado mais recente do Ministério da Saúde, em fevereiro de 2020, o total caiu para 27,5 mil, dos quais 18,4 mil do SUS. A estrutura particular aumentou: de 7,8 mil para 9 mil.

Em Curitiba, o número de leitos somava 6 mil em 2009, dos quais 3,4 mil do SUS. Atualmente, há 5,6 mil leitos, e apenas 2,5 mil do SUS. Na capital também aumentou a estrutura privada, de 2,6 mil para 3,1 mil.

Por outro lado, a situação nas UTIs melhorou nos últimos anos. Em 2009, o Paraná tinha um total de 2,3 mil leitos intensivos, considerando os de atendimento adulto, pediátrico, neonatal, de queimados e coronária (circulação). Esse número subiu para 3,6 mil em fevereiro de 2020.

Em Curitiba, o total de leitos de UTI aumentou de 691 para 893, também considerando todas as especialidades. No domingo, após videoconferência do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta com prefeitos, a prefeitura de Curitiba informou que há 761 leitos de UTI disponíveis. O prefeito Rafael Greca anunciou que pretende abrir outros 240 leitos de UTI para atendimento dos pacientes com o COVID-19.

Respiradores
Outra preocupação para atendimento aos pacientes com a Covid-19 é o número de respiradores e ventiladores, utilizados em casos de insuficiência respiratória. O Paraná tem 3.784 equipamentos, segundo dados de fevereiro de 2020, dos quais 1,2 mil em Curitiba, 358 em Londrina, 307 em Maringá, 150 em Ponta Grossa, 149 em Cascavel, 147 em Foz do Iguaçu e 84 em Guarapuava.

Para Ventorim, o grande risco que se corre é a doença chegar de uma forma muito abrupta. “Por isso as medidas de contenção com isolamento em casa. É como um ralo. Quanto mais a gente se proteger, menos pessoas precisam ir e mais fácil fica para elas terem atendimento”, explicou.

Fonte: Rosana Felix e Roger Pereira - Gazeta do Povo