Farmácia Popular, Rede Cegonha, políticas públicas de saúde mental, ações voltadas à saúde da mulher estão entre os programas do Sistema Único de Saúde (SUS) que serão retomados e ampliados. As ações foram pontuadas pela ministra Nísia Trindade em entrevista coletiva nesta terça-feira (10). Antes de conversar com a imprensa, a ministra se reuniu com o presidente Lula e debateu as ações prioritárias dos primeiros cem dias de gestão no Ministério da Saúde.

“Estamos em uma fase de falarmos claramente de desmontes e dificuldades, não vendermos a ilusão de facilidades, mas, ao mesmo tempo, [trabalhamos] com muita determinação e com algo que o Sistema Único de Saúde tem, que é o trabalho em redes”, frisou.

No âmbito do Farmácia Popular, uma das principais propostas é a ampliação dos medicamentos ofertados diretamente pelo Governo Federal e o reforço da rede conveniada através da estratégia ‘Aqui tem farmácia popular’. Criado em 2004, o programa é o principal braço da assistência farmacêutica do SUS, componente fundamental para a garantia do direito básico e universal do acesso à saúde garantido pela Constituição Cidadã.

Dentre as demais ações estratégicas que devem ser retomadas, está a Rede Cegonha. Instituído em 2011, o programa visa garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizado para todas as mulheres antes, durante e depois do parto.

“O Brasil aumentou os seus índices de mortalidade materna, eu considero isso inaceitável. Então, uma das ações importantíssimas que nós vamos fazer é a recuperação da Rede Cegonha que vinha demonstrando um efeito muito positivo na redução da mortalidade materna”, exemplificou Trindade.

Outras áreas que devem ser recuperadas são as políticas de saúde mental, os programas voltados para a saúde da mulher como um todo, as ações para a adolescência, além do fortalecimento do complexo econômico e industrial da saúde.

Questionada sobre a vocação mais técnica ou política de sua gestão, a ministra foi taxativa ao esclarecer que, ainda que amparada pela excelência técnica e científica, exercer um programa de governo é, essencialmente, exercer uma inclinação política. “No caso da Saúde, é um programa que visa o fortalecimento do SUS, ao acesso de qualidade, ao cuidado com a população”, reforçou. E finalizou dizendo que a recuperação do SUS que pretende encampar à frente do Ministério da Saúde não será feita apenas no gabinete. “Muita coisa, eu tenho certeza, que nós vamos poder recuperar vendo também o fortalecimento da participação social, da questão interfederativa”, declarou.

Coletiva

A

ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou, durante entrevista coletiva de imprensa nesta terça-feira (10), em Brasília (DF), as pautas prioritárias da Pasta para os cem primeiros dias de gestão. Entre essas ações, está uma campanha de vacinação, prevista para fevereiro, para a retomada dos altos índices de cobertura vacinal, incluindo a imunização contra a Covid-19.

“Nós estamos recuperando a relação plena das sociedades científicas e de todos que estabelecem as bases para imunização nesse momento. A câmara técnica assessora está reunida neste momento para que possamos, em fevereiro, dar início de forma mais efetiva a essa campanha”, disse Nísia Trindade.

“Nós já adquirimos vacinas do Instituto Butantan contra Covid-19 para uso pediátrico, estamos trabalhando também com a Pfizer com esse mesmo objetivo, garantindo que haja vacina”, completou. Na última sexta-feira (6), o Ministério da Saúde assinou um aditivo para a compra de 750 mil doses da Coronavac, para ampliação da imunização do público infantil. O lote deve ser entregue nos próximos dias e um novo aditivo deve ser assinado totalizando a aquisição de 2,6 milhões de doses do laboratório.

A ministra também falou sobre o planejamento da imunização contra a Covid-19 dentro do calendário de vacinação. “A vacina Covid vai estar no calendário regular do Programa Nacional de Imunizações, mas nós temos a grande tarefa de recuperar as altas coberturas vacinais no Brasil. Por isso, o foco em vacinas da infância é muito importante também, então também estamos falando da recuperação das altas coberturas vacinais”, ressaltou.

A ministra reforçou, ainda, a importância da retomada da boa relação com estados e municípios para o andamento dessas ações.
“Vamos debater com o Conselho Nacional de Secretários do Estado de Saúde e secretários municipais de saúde no dia 26 de janeiro para a definição conjunta desse plano. É importante lembrar que o Ministério da Saúde trabalha em uma lógica interfederativa”, disse a ministra.

Confira algumas pautas prioritárias citadas pela ministra para os cem primeiros dias de governo:

– Elaboração de um plano emergencial para redução de filas para diagnósticos e cirurgias eletivas;
– Transparência da Câmara Técnica Assessora para Imunizações (Ctai) e recuperação da conversa com a sociedade cientifica
– Campanha de vacinação para recuperar as coberturas vacinais;
– Inclusão da vacina Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação;
– Retomada do Programa Farmácia Popular e ampliação da oferta de medicamentos;
– Fortalecimento da saúde da população negra e indígena;
– Ações emergenciais para a população Yanomami;
– Seguimento e ampliação do programa Mais Médicos, priorizando os médicos brasileiros e posteriormente os médicos estrangeiros;
– Reforço do diagnóstico do câncer do colo do útero;

 

Fonte: Ministério da Saúde