A taxa de mortalidade por Covid-19 no mês de dezembro de 2021 no estado do Rio de Janeiro foi três vezes maior entre pessoas não vacinadas, quando esse grupo é comparado ao das pessoas que tomaram ao menos uma dose das vacinas disponíveis. Os dados foram divulgados no dia 4 de janeiro pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Isso mostra que mortalidade por Covid-19 entre não vacinados é maior. Além disto, um levantamento da Secretaria de Saúde de Curitiba (PR) apresentou que não se vacinar aumenta em 2,7 vezes o risco de contaminação pelo coronavírus. Com isso, as secretarias reforçam que a vacinação é fundamental para evitar os casos graves e internações e reduzir o risco de morte por Covid-19.

No Rio de Janeiro, entre os vacinados com ao menos uma dose, a taxa de mortalidade foi de 0,14 óbitos para cada 100 mil habitantes no mês de dezembro. Entre os não vacinados, a proporção sobe para 0,52 por 100 mil.

O levantamento ainda trouxe, para embasar que a mortalidade por Covid-19 entre não vacinados é maior, que em dezembro do ano passado,o estado do Rio de Janeiro registrou 32 óbitos por Covid-19, sendo 20 em pessoas que tomaram ao menos uma dose da vacina. Essas mortes ocorreram em um universo de mais de 12 milhões de habitantes que tomaram ao menos uma dose das vacinas no estado. Já entre os não vacinados, houve 12 mortes em um universo de cerca de 4 milhões de pessoas.

Apesar de a comparação feita no levantamento ser entre pessoas com ao menos uma dose e pessoas não vacinadas, a recomendação das autoridades de saúde para que a proteção contra a Covid-19 atinja seu potencial máximo é a aplicação do esquema vacinal completo, o que inclui duas doses mais uma dose de reforço no caso das vacinas Pfizer, AstraZeneca e CoronaVac, e uma dose mais uma dose de reforço no caso da Janssen.

A Secretaria de Estado de Saúde informa ainda que a taxa de incidência de internação na população não vacinada é oito vezes maior que entre os imunizados com ao menos uma dose. Foram contabilizadas 4,3 internações a cada 100 mil pessoas não vacinadas, enquanto entre os imunizados o número cai para 0,56 por 100 mil. Apesar de a população vacinada ser quase três vezes maior que a não vacinada, o número de internações de não imunizados foi 21% maior que o de imunizados. O mês de Dezembro teve 179 internações por Covid-19 no estado do Rio de Janeiro, sendo 98 de pessoas não imunizadas e 81 de pessoas imunizadas com ao menos uma dose das vacinas.

Curitiba

Em Curitiba, a taxa de óbitos por covid-19 em Curitiba no mês de novembro de 2021 foi quase dez vezes maior entre pessoas que não estavam imunizadas contra o vírus em relação àquelas que receberam as duas doses ou a dose da única da vacina. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, das 48 mortes registradas em novembro, 24 foram de pessoas que não estavam imunizadas (vacinadas com a duas doses ou a dose única há mais de 14 dias), todas com 20 anos ou mais. Considerando que a população imunizada dentro dessa faixa etária até 30 de novembro era de 1,3 milhão de curitibanos, tem-se uma taxa de 1,8 mortes para cada 100 mil pessoas. Entre os que não tinham completado o esquema vacinal até essa data, a taxa é 9,6 vezes maior, de 17,2 óbitos/100 mil pessoas.

Outro levantamento da Secretaria Municipal da Saúde mostrou que a vacinação não só reduz o risco individual de casos mais graves da doença, internamentos e mortes, como também protege coletivamente. A secretaria aponta que o risco de contaminação pelo novo coronavírus é quase três vezes maior entre as pessoas que não se vacinaram do que entre aquelas com o esquema de proteção completo (duas doses ou a dose única do imunizante).

O estudo analisou as taxas mensais de contaminação (total de novos casos) de pessoas imunizadas e de não imunizadas entre março – quando a cidade começou a completar o esquema vacinal da população – e novembro de 2021. A razão entre as taxas dos dois grupos apontou que os não imunizados se contaminaram 2,7 vezes mais, na média do período avaliado.

“A partir do momento que Curitiba passou a ter mais pessoas vacinadas do que não vacinadas, além da proteção individual contra quadros mais graves da doença, o imunizante também passou a contribuir para a redução da circulação do vírus”, diz o epidemiologista da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Diego Spinoza.

Os altos índices de vacinação na população elegível para receber o imunizante (12 anos ou mais) criam uma barreira de proteção que dificulta o acesso do vírus que contempla também aqueles que ainda não foram vacinados.

O efeito dessa barreira protetora fica mais em evidência a partir de outubro, quando chegou a 1,220 milhão o número de curitibanos imunizados, ultrapassando o número dos ainda não imunizados (727 mil naquele momento) entre a população elegível para receber a vacina.

* Com informações da Agência Brasil e da Secretaria de Saúde de Curitiba

Fonte: Saúde Debate