As mulheres são maioria no Instituto de Pesquisa que faz parte do Complexo Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR). Do total, 71% dos profissionais que realizam pesquisa na unidade são do gênero feminino. Infelizmente, essa não é a realidade ao redor do mundo, onde apenas 28% são pesquisadoras, segundo dados publicados em relatório de 2021 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Já no Brasil, de acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) 54,2% dos matriculados nos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrados e doutorados) são mulheres, assim como 58% dos beneficiários de bolsas. Contudo, a presença delas nos cargos de docência em universidades brasileiras não acompanha esses números. Um comparativo feito pelo Laboratório de Estudos sobre Educação Superior (LEES) da Unicamp mostra que, enquanto 51% dos títulos de doutorado entre 1996 e 2014 foram obtidos por elas, o número de mulheres docentes nas universidades cresceu apenas 1%, de 44,5% para 45,5%.

No Pequeno Príncipe, médicas, biomédicas, bioquímicas, biólogas, farmacêuticas e geneticistas premiadas, doutoras e pós-doutoras que se dedicam, entre outras coisas, a buscar a cura, diagnóstico e tratamento para doenças complexas de crianças e adolescentes. Um olhar para o cenário geral de colaboradores, incluindo a equipe de suporte, tanto técnica como administrativa, amplia o percentual de mulheres para 81%.

A médica imunologista e diretora de Medicina Translacional do Instituto, Carolina Prando, destaca a importância do debate sobre as mulheres na ciência. “Embora crescente, a representatividade das mulheres nessa área ainda representa apenas 30% do total de cientistas. Precisamos trazer visibilidade ao trabalho das mulheres, não somente no que se refere ao levantamento de fundos para o desenvolvimento de pesquisas, mas também ações para melhorar a autoconfiança feminina, lembrando-as do quanto podem realizar”, ressalta a pesquisadora.

Em parceria com a Faculdades Pequeno Príncipe, o Instituto desenvolve o Programa de Mestrado e Doutorado em Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente e entre os estudantes, as mulheres também saem na frente. Elas são 84% dos 115 acadêmicos.

O Complexo Pequeno Príncipe tem equipes com mais mulheres desde o início da sua história. “A trajetória do Pequeno Príncipe começou a partir do trabalho de um grupo de mulheres voluntárias e hoje contamos com mais de 80% das colaboradoras mulheres, sendo que 75% ocupam cargos de liderança. Trabalhamos muito para difundir conhecimento e acreditamos que é por meio de um acesso à educação eficiente que as meninas poderão ver um futuro em áreas como ciências da saúde, robótica, tecnologia, programação, engenharia, entre outras, que ainda são majoritariamente ocupadas por homens”, aponta a diretora-geral do Instituto de Pesquisa, Ety Cristina Forte Carneiro.

Com mais de 100 projetos científicos, em sete linhas de pesquisa, o Instituto tem oferecido contribuições importantes para salvar e melhorar a vida de crianças e adolescentes. Seus estudos figuram entre as revistas científicas mais conceituadas do mundo e, chegando, em 2021, a 87 publicações.

Sobre o Pequeno Príncipe

O Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, localizado em Curitiba (PR), integra o Complexo Pequeno Príncipe, do qual também fazem parte o Hospital Pequeno Príncipe e a Faculdades Pequeno Príncipe. Com mais de 100 anos de cuidado dedicado à saúde infantojuvenil, o Hospital Pequeno Príncipe destina mais de 60% de seus atendimentos a crianças e adolescentes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Filantrópico, é o maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil e oferece 35 especialidades – incluindo transplantes de coração, rim, fígado e medula óssea. Por ano, são realizados mais de 200 mil atendimentos, 15 mil cirurgias e 280 transplantes.

Fonte: Hospital Pequeno Príncipe