O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção Primária (SAPS), acaba de publicar nota técnica para orientar os profissionais e serviços de saúde sobre a identificação precoce da anquiloglossia em recém-nascidos e, assim, estabelecer o fluxo do atendimento dessa população na rede de atenção à saúde. A condição congênita, conhecida popularmente como “língua presa”, pode causar problemas no desenvolvimento oral da criança, além de dificultar a amamentação.

A recomendação da pasta é que todos os bebês passem por uma avaliação do frênulo lingual ainda na maternidade, entre 24h e 48h de vida. Para facilitar o diagnóstico, o ministério, em conjunto com pesquisadores e especialistas, traduziu e adaptou o Protocolo Bristol, criado por médicos do Reino Unido. Segundo o protocolo, o profissional de saúde deve avaliar a aparência da ponta da língua, a fixação da extremidade inferior do frênulo, a elevação e a protrusão da língua do recém-nascido.

“A avaliação do frênulo lingual já faz parte do exame físico do recém-nascido em todo o país”, explica a técnica da Coordenação de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente, Priscila Olin. “Fizemos essa nota técnica para orientar o uso do protocolo sugerido pelo Ministério para esses casos e como deve ser o seguimento nos serviços de saúde, apoiando o trabalho das equipes de saúde”, complementou.

Associada ao exame da língua, é recomendada a avaliação da mamada, tendo em vista que uma anomalia na língua pode levar o bebê a ter dificuldades na pega da mama. Se por meio desses exames for identificado um problema grave de língua presa, a equipe multiprofissional de saúde avaliará a necessidade de uma intervenção cirúrgica, conhecida como frenectomia.

A frenectomia pode ser feita em ambulatório por médico clínico, cirurgião ou cirurgião dentista. A maioria dos casos não requer cirurgia, mas apenas um acompanhamento mais próximo das equipes de saúde, com atenção especial à amamentação.

Amamentação
Nos casos mais graves de anquiloglossia, os bebês apresentam dificuldades de pegar a mama, sugar e até engolir o leite materno. Além disso, causa dores e fissuras nos seios da mãe, o que pode contribuir para o desmame precoce. Diagnosticada precocemente, a condição pode ser corrigida pela equipe de saúde, contribuindo para o adequado desenvolvimento do bebê.

Nota Técnica

Fonte: Ministério da Saúde