A BRIC – Bolha de Respiração Individual Controlada, o primeiro produto tipo capacete nacional a ter aprovação da Anvisa, já foi utilizada em mais de 3.000 pacientes no País. Desenvolvida 100% no Brasil pela empresa Life Tech Engenharia Hospitalar, vem ajudando médicos e profissionais da saúde a prevenir a intubação e a salvar vidas. 

Para tratar o professor aposentado Miguel Dresch, 65 anos, de São Jorge D’Oeste (oeste do Paraná), que já apresentava 90% do pulmão comprometido por ter contraído a Covid-19, a BRIC foi escolhida pelo médico nefrologista Daniel Emygdio do Nascimento, diretor administrativo-comercial do Hospital Policlínica, instituição filantrópica de Pato Branco (PR), que liderou o atendimento médico do paciente no período crítico de seu quadro de saúde, com frequência respiratória aumentada, baixos índices de oxigênio e bastante esforço para respirar.

“Decidimos usar o capacete de ventilação no paciente com Covid-19 por alguns motivos: A BRIC se mostrou decisiva para que Miguel não evoluísse para a intubação e para a ventilação mecânica”, afirma o Dr. Daniel, que também é integrante da Comissão de Enfrentamento à Covid-19 da unidade.

“Além de atender as exigências da vigilância sanitária e ter registro no Ministério da Saúde, a BRIC trouxe muitos benefícios para o hospital, diminuindo a demanda por leitos de UTI, que estão em falta no momento atual da pandemia”. Dr. Daniel também enfatiza a variedade de aplicações do aparelho em diferentes situações clínicas, assim como foi feito em Miguel, que usou uma sonda nasoentérica junto com a BRIC, para melhorar a atividade respiratória. “Outras técnicas de ventilação podem ser utilizadas em conjunto, como por exemplo, acoplar a BRIC a um aparelho compressor de ar silencioso CPAP (“Pressão positiva contínua nas vias aéreas”), a um ventilador mecânico, ou a nenhum dispositivo – apenas o oxigênio com o ar comprimido. Sem dúvida nenhuma, é um dispositivo que nos tem auxiliado muito no tratamento dos pacientes com Covid-19”.

Miguel foi hospitalizado no dia 29 de março com esforço respiratório discreto (um ataque apneia), dez dias depois de sentir os primeiros sintomas da doença, como cansaço e falta de ar. Na quinta-feira, dia 1 de abril, já foi iniciado o tratamento com o uso do capacete de ventilação para diminuir o esforço respiratório do paciente por conta do desconforto da falta de ar.

No primeiro dia de tratamento, ele utilizou a BRIC em períodos com maiores intervalos de tempo para adaptação, como duas horas de manhã e quatro horas à tarde. Depois, com o uso por seis e oito horas, voltou a utilizá-lo por quatro horas intercalando com mais pausas. Após esse tempo, Miguel seguiu com o capacete de ventilação quase que em período integral, por 48 horas, com apenas algumas interrupções, para alimentação, por exemplo. “O uso da BRIC foi fundamental para minha recuperação. Quando iniciamos o tratamento, eu já estava com quase 100% do pulmão comprometido. A BRIC me ajudou, pois foi o único tratamento que fiz e me livrou do tubo”, relata Miguel Dresch.

Após quatro dias de tratamento, no dia 5 de abril, Miguel conseguiu oxigenar, o que gerou alívio da sensação de dispneia e já apresentava melhora, passando para o oxigênio com a máscara de VNI durante 24 horas, intercalando com o capacete de ventilação. Ele chegou a ser levado para a UTI para reforçar os cuidados intensivos de monitoramento e continuou utilizando a BRIC. Após retornar para o quarto no dia 10, retornou à UTI no dia 16 por retenção de gás carbônico. E na terça dia 20, voltou definitivamente para o quarto, pois a equipe médica conseguiu estabilizá-lo, melhorando sua saturação.

Miguel ficou 28 dias internado. “Aos poucos fui me recuperando. Hoje já estou em casa, não estou 100%, mas estou fazendo exercícios de fisioterapia e ainda com oxigênio, mas o pior já passou”. Já em casa, ele se recupera com o auxílio de cilindros de oxigênio e agradece ao médico Daniel que conduziu seu tratamento, assim como aos fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos, além de ser grato ao tratamento com o capacete de ventilação. “Quando estava internado, fui tratado com muito amor e distinção pela equipe de saúde. Muito obrigado também aos que idealizaram esse aparelho, pois é uma tentativa a mais na luta dessa grave doença”, comenta.

O engenheiro Guilherme Thiago de Souza, diretor geral da Life Tech Engenharia Hospitalar, comemora os resultados do sucesso do tratamento de Miguel. “Houve uma melhora expressiva do quadro clínico do paciente. A recompensa é a gratidão de constatar que o projeto realmente salva vidas e justifica todo o esforço, investimento e energia aplicados”, conclui.

Fonte: Assessoria LifeTech Engenharia Hospitalar