A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (PR) divulgou nesta terça-feira (23 de junho) que a ocupação de leitos de UTI para tratamento da Covid-19 atinge 75%. São 167 postos ocupados do total de 223 leitos de UTI exclusivos para os pacientes com a doença na cidade. 

Dos 167 pacientes internados neste momento em leitos exclusivos, 92 possuem o diagnóstico confirmado de Covid-19. O restante são casos considerados suspeitos ou prováveis da doença, mas que necessitavam deste tipo de atendimento por apresentarem sintomas de síndromes respiratórias agudas graves. Somente depois da divulgação de exames, caso os pacientes não sejam confirmados para Covid-19, eles são transferidos para leitos sem isolamento.

“Vem aumentando o número de pessoas que internam com suspeita e depois há a confirmação para Covid-19. Um terço dos pacientes internados são confirmados para a doença”, destaca a médica infectologista Marion Burger, da Secretaria Municipal de Saúde.

Apesar de a ocupação de leitos de UTI para tratamento da Covid-19 ter atingido 75% em Curitiba nesta segunda-feira, o índice já foi maior e chegou a 84% no dia 17 de junho. O uso dos leitos cresceu conforme o aumento de casos da doença na capital paranaense.

O patamar de 75% é distribuído no sistema de saúde da cidade. Há hospitais que estavam com lotação máxima na UTI para tratamento da Covid-19 na segunda-feira, dia 22 de junho, conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa)*.

Foram as situações dos hospitais Evangélico Mackenzie e Trabalhador. São 23 vagas de UTI para a Covid-19 no Evangélico Mackenzie e 22 no Hospital do Trabalhador. Nas duas instituições, a taxa de ocupação nas enfermarias destinadas ao tratamento da Covid-19 era de 71% e 88%, respectivamente.

O Hospital Municipal de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, também estava com 100% de ocupação dos leitos de UTI para tratamento da Covid-19 no início desta semana.

Dados

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, Curitiba tem 116 mortes pela doença e 3.298 casos confirmados (266 a mais em relação ao último boletim). Ainda há 437 casos sendo investigados. Do total de confirmados, 1.886 pessoas já se recuperaram.

Curitiba segue no alerta laranja do sistema de monitoramento criado para acompanhar a evolução da epidemia na cidade, apesar do aumento expressivo no número de casos nas últimas semanas. “Está chamando atenção a quantidade de contaminações intrafamiliares. Temos relatos de reuniões familiares, que depois resultaram na contaminação e até na morte de uma pessoa, enquanto as demais testaram positivo, mas tiveram sintomas leves”, comentou a secretária Márcia Huçulak.

Sobre um possível aumento no alerta, para vermelho, que demandaria a adoção de medidas mais restritivas de isolamento social por parte da população, a médica infectologista Marion Burger disse que esta é uma estratégia que pode ser adotada, mas no momento certo. “O chamado lockdown é uma estratégia, mas que precisa ser adotada no tempo certo. Se fizermos muito precoce, quando ela realmente for necessária, não ocorrerá mais”, salientou.

Os alertas criados por Curitiba são baseados em uma série de indicadores, incluindo a ocupação de leitos de UTI e os números relacionados à doença. Tanto a secretária quanto a médica esclareceram que não será a alteração em apenas um dos índices que poderá levar Curitiba à bandeira vermelha. Mas Márcia Huçulak lembrou que Porto Alegre e Florianópolis adotaram recentemente medidas similares dentro do que ela denominou de “onda da Região Sul”, com o crescimento no número de casos de Covid-19. 

Fonte: Saúde Debate