Oficinas temáticas marcaram o primeiro dia da Conferência Estadual de Saúde. Cerca de mil participantes foram divididos em 10 oficinas com temas de relevância para a saúde pública, como o fortalecimento da política de saúde do trabalhador, garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, a equidade no acesso aos SUS de pessoas com deficiência, idosos e população negra, entre outros.

As oficinas foram realizadas na tarde de segunda-feira (17), antes da abertura oficial da Conferência. Ao final de cada oficina, os participantes, que representam os quatro segmentos da saúde: gestores, prestadores, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde definiram três propostas para serem apresentadas na plenária final da Conferência que será realizada na quarta-feira (19).

“As principais políticas públicas de saúde foram construídas a partir de debates e discussões realizados nas últimas Conferências. Na 10ª conferência estão representados aqueles que acreditam e que lutam por políticas públicas construídas com a participação de todos os segmentos”, afirmou a presidente do Conselho Estadual de Saúde, Rosita Wilner, que representa o segmento dos prestadores.

Uma das propostas resultantes da oficina ‘DST/HIV/Aids/Hepatites Virais: Financiamento e Controle Social’, é que sejam realizados estudos de medicamentos específicos para o uso de crianças e adolescentes no tratamento da Aids. “Ainda não existem comprovações científicas nesta área” explicou a delegada, representante do segmento dos usuários, Sirlene Cândido. Ela destacou que o processo democrático contribui para que as propostas sejam mais coerentes.

“Oficina fantástica”, foi como a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Consems – PR), Marina Martins (representante do segmento dos gestores), descreveu a oficina ‘Termo de Compromisso de Gestão: Responsabilidade dos Gestores’. Neste grupo as três propostas foram condensadas em uma só, que é de defender a inversão da lógica do financiamento da saúde, que hoje é feito por procedimentos. “Queremos que ele passe a ser feito por linhas de cuidado, que inclui o tratamento integral do paciente”, enfatizou Marina, que é secretária de Saúde de Terra Boa. Também participou desta oficina o promotor do Ministério Público, Marco Antonio Teixeira. Segundo Marina, a presença do Ministério Público é fundamental para a discussão de temas de interesse à saúde.

Na oficina sobre o uso da comunicação para o fortalecimento do controle social foi proposto que sejam realizadas oficinas de comunicação nos Conselhos Municipais de Saúde. “Esta oficina serviu principalmente para reforçar a importância do conselheiro na comunidade. É através dele que a população recebe as informações e conhece seus direitos e deveres”, enfatizou a representante do segmento dos trabalhadores, Maria Marlene Pszedimirski, da Secretaria Municipal de Saúde de Rebouças. O coordenador dos trabalhos, Clóvis Boufler, da pastoral da criança e membro do Conselho Nacional de Saúde, publicou no facebook, em tempo real, fotos e vídeos da oficina. “Nosso objetivo foi mostrar aos participantes as novas ferramentas de comunicação que podem ser utilizadas por qualquer pessoa e que favorecem a mobilização social”, disse Boufler.

Fonte: Sesa