13.10.30 Laçamento avcA Secretaria de Estado da Saúde lançou na terça-feira (29) – Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral – um protocolo que estabelece a linha de cuidado do AVC no Paraná. O objetivo é orientar os profissionais de saúde, padronizar os procedimentos e organizar a assistência aos pacientes com sintomas da doença.

O guia vai melhorar as condições de avaliação, atendimento e acompanhamento dos pacientes vítimas de AVC, o que refletirá diretamente na redução dos índices de mortalidade pela doença no Estado. “Cada minuto é importante para salvar vidas. Criamos este protocolo justamente para orientar o profissional sobre como proceder em cada momento, ajudando no tratamento do paciente e evitando que ele sofra com sequelas futuras”, explicou o secretário Michele Caputo Neto.

Segundo o diretor de Políticas de Urgência e Emergência da Secretaria da Saúde, Vinícius Filipak, a linha de cuidado define uma série de ações para cada fase do AVC. “Organizamos o trabalho desde a prevenção dos fatores de risco, passando pelo tratamento dos episódios agudos e concluindo na complementação terapêutica após a hospitalização, com a participação das equipes da atenção primária”, explica.

O protocolo foi apresentado durante um workshop, em Curitiba, que reuniu médicos do Samu, Siate, hospitais e outras unidades de referência para atendimento em urgência e emergência no Estado. O documento foi elaborado pela Secretaria Estadual da Saúde, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Associação Paranaense de Ciências Neurológicas (APCN).

Para o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, a formação e qualificação de profissionais fazem parte da vocação da universidade e por isso a instituição sempre será parceira do Estado em ações como esta. “Nossa equipe do Hospital de Clínicas está envolvida desde o início neste processo. Além disso, já estamos capacitando mais de 450 profissionais sobre a temática do AVC nas regiões de Curitiba e Londrina, o que demonstra nosso compromisso em contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população através de atividades formativas”, destacou.

REFERÊNCIAS – O Hospital de Clínicas da UFPR, em Curitiba, conta com o único centro especializado no atendimento de urgência em pacientes com AVC. Outros dois centros estão em fase de habilitação: Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo, e o Hospital Evangélico, de Curitiba. A intenção do Governo do Estado é ampliar essa rede para todo o Paraná, totalizando pelo menos 20 centros desta especialidade na rede de pública de saúde paranaense.

A presidente da APCN, Patrícia Coral, explica que essa organização é importante para que o paciente tenha a garantia de atendimento adequado de forma mais rápida. “A recomendação é que a vítima de AVC agudo seja atendida em um prazo máximo de 6 horas. Por isso, temos que intensificar a divulgação dos sintomas da doença junto à população, para que a pessoa procure atendimento médico assim que suspeite do problema”, afirmou.

CUIDADOS – O AVC, também conhecido como derrame, é a segunda causa de morte mais frequente entre a população brasileira. Condições crônicas como a hipertensão, o diabetes e o tabagismo são os principais fatores de risco que influenciam na ocorrência do AVC.

Quanto aos sintomas, as pessoas devem estar atentas a dores de cabeça, alterações no equilíbrio, força, sensibilidade e perda de visão. Além disso, em alguns casos, a pessoa pode apresentar problemas de articulação na fala.

Tendo suspeita de AVC, a pessoa deve procurar atendimento médico ou acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo telefone 192. A equipe do Samu será responsável por avaliar a situação do paciente, realizar os procedimentos pré-hospitalares e encaminhá-lo para um centro hospitalar adequado à necessidade clínica da pessoa.

NÚMEROS – Em 2012, mais de seis mil pessoas morreram no Paraná em decorrência de Acidente Vascular Cerebral. A maioria dos óbitos foi de pessoas com idade acima de 50 anos.

Somente no primeiro semestre de 2013, o Estado já registrou 6,3 mil pessoas internadas por AVC. Outro dado que preocupa os profissionais da área de urgência e emergência é a taxa de permanência no hospital. 81% dos pacientes tiveram que ficar internados por mais de três dias.

Fonte: Sesa
Foto: Venilton Kuchler