A equipe de trabalho que está à frente do projeto Leitos de Cuidados Continuados no Paraná, formada por profissionais da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), da consultoria Gesaworld e do Cealag, apresentou ao secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, o trabalho realizado entre novembro de 2012 e junho deste ano. O encontro foi realizado nesta segunda-feira (17).

Nesta primeira etapa, o grupo realizou o diagnóstico das necessidades, a definição do modelo a ser adotado e a identificação de prioridades para o Paraná. A primeira experiência será implantada no município de Rebouças, no Hospital de Caridade Dona Darcy Vargas, que passará por reforma e readequação de uma das alas. De acordo com o diretor da 4ª Regional de Saúde (Irati), João Almeida Junior, esse hospital tem 36 leitos, mas uma taxa de ocupação baixa. Ele explica ainda que mais de 50% dos pacientes internados poderiam ser atendidos pela atenção primária. “Com a implantação desse projeto, a ideia é que o hospital se torne independente do orçamento do município, que hoje repassa R$ 80 mil por mês para custeio da instituição”, explica o diretor. Os recursos para as obras e instalação de equipamentos  – estimados em pouco mais de R$ 2 milhões – virão do Termo de Ajuste firmado entre a SESA e o Hospital Samaritano, de São Paulo.

Os próximos passos serão a preparação das unidades e equipes, que deve ser finalizada em seis meses, a revisão da proposta arquitetônica e o início das obras. A expectativa é iniciar a experiência até janeiro de 2014, que terá um acompanhamento e avaliação técnicas.

O projeto

O modelo de Cuidados Continuados, referência em países da Europa, visa dar respostas às necessidades de determinados grupos de pacientes como pessoas com doenças e dependência funcional, pacientes com pluripatologias crônicas e terminais e idosos com necessidades sociais e de saúde. Com a implantação desse modelo, pacientes com esses perfis ou que se recuperam de procedimentos cirúrgicos podem receber atendimento nessas unidades, próximo da família, sem a necessidade de ser transferido para os grandes hospitais, o que amplia o acesso e garante mais eficiência ao sistema.

No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde e a Femipa assinaram no final de setembro de 2012 convênio para desenvolver um modelo de atenção hospitalar de cuidados continuados integrados. A parceria, que conta com a participação de recursos do hospital Samaritano de São Paulo, já foi firmada no Mato Grosso do Sul e no Piauí.

Seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde, a implantação da Rede de Cuidados Continuados nesses três Estados tem por objetivo criar um piloto que, posteriormente, deverá ser estendido como uma política de atenção à saúde, pelo Ministério da Saúde, a todo território nacional.

Segundo Paulo Carrara, do Cealag e um dos responsáveis pela parte técnica do projeto, a mudança de perfil do paciente e das doenças que levam à mortalidade no país aponta para a necessidade de mudar a forma de tratamento ao doente. Segundo o Datasus, entre 1995 e 2011, caiu o número de internações no país, em contrapartida o número de atendimento ambulatorial aumentou consideravelmente. “Precisamos vocacionar os hospitais. As estruturas devem estar adaptadas aos novos desafios e perfis da população”, afirmou o consultor.

Fonte: Comunicação Femipa

Fotos: Sesa