Curitiba se vê, no início deste ano, às voltas com um problema recorrente e cada vez mais evidente: o sistema de atendimento de urgência e emergência está operando próximo do limite. Para amenizar o problema, a Secretaria Municipal de Saúde deve deslocar ortopedistas para os oito Centros Municipais de Urgências Médicas (CMUMs), a partir das próximas semanas. Segundo o secretário Adriano Massuda, o objetivo é que estes profissionais atendam a vítimas de traumas de complexidade nos centros municipais, desafogando os três hospitais (Evangélico, Cajuru e do Trabalhador) que compõem o sistema de urgência e emergência da capital.

“Começaria com os CMUMs de maior demanda, mas a ideia é estender este atendimento para todos”, disse Massuda, em entrevista à Gazeta do Povo.

Segundo o secretário, os centros municipais já são equipados com salas de gesso, infraestrutura básica que permitiria o atendimento de pacientes vítimas de traumas. O projeto prevê que os ortopedistas sejam cedidos por hospitais, por meio de contratos firmados com a prefeitura. Massuda avalia que a medida não trará grandes impactos aos cofres da Secretaria. “É uma medida para curto prazo e que vai aliviar as portas dos hospitais”, aponta.

Em médio prazo, a Secretaria planeja a construção de dois CMUMs, além dos oito que já operaram na capital. Os novos centros devem ser instalados nas regionais Matriz e Tatuquara. “Isso já tem projeto e já está em encaminhamento. A nossa previsão é de que até o fim deste ano as novas unidades estejam funcionando”, afirma o secretário.

Massuda revela ainda uma outra meta, desta vez para longo prazo: a construção de um novo hospital de referência para também integrar o sistema de urgência e emergência. De acordo com o secretário, este hospital deverá ser construído na zona norte de Curitiba, voltado principalmente para os pacientes daquela região. Apesar disso, ainda não há dotação orçamentária prevista para o projeto. “Isto está em discussão”, ressaltou Massuda.

Sinal amarelo

Nos últimos anos, o sinal amarelo do sistema de urgência e emergência da capital se manteve aceso praticamente em tempo integral. Qualquer problema em um dos três hospitais que compõem a rede causa reflexo nos demais. O caso mais recente ocorreu nesta quarta-feira (23), quando a paralisação dos funcionários do Centro Comunitário e do Centro de Especialidades do Bairro Novo, ligados ao Hospital Universitário Evangélico, causou reflexos no Hospital Angelina Caron, localizado em Campina Grande do Sul, na região metropolitana. Em 24h, o hospital metropolitano chegou a ter movimento 30% acima do normal.

A expectativa do secretário de Saúde é que as medidas – que serão implantadas gradativamente – minimizem os impactos, até que o sistema de urgência e emergência possa operar satisfatoriamente.

Fonte: Gazeta do Povo