greveConforme decidido em AGE realizada na noite de 16 de julho, os médicos paranaenses seguem a orientação das entidades representativas do Brasil e anunciam para esta terça-feira, 23, a interrupção dos atendimentos não urgentes ou emergenciais, o que tende a afetar os estabelecimentos de serviços públicos e também privados. Em continuidade da assembleia geral na noite desta segunda, 22, que ocorre na sede da Associação Médica do Paraná, os profissionais vão colocar em votação, ainda, da proposta de paralisação de 23 até 31 de julho.

Na tarde da última sexta-feira, 19, o Sindipar (Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná) foi oficiado pelo Sindicato dos Médicos (Simepar) sobre o movimento paradista, adotando as providências legais, inclusive levando a questão à esfera do Ministério Público e Justiça do Trabalho. Uma audiência está prevista para ocorrer já nesta terça. Ao propor negociação, o sindicato patronal espera avançar no sentido de que as consequências sejam as menos traumáticas possíveis para o funcionamento das instituições médico-hospitalares e especialmente para seus usuários.

A Diretoria do Sindipar vê como legítimos os pleitos da classe médica, em especial no que se refere ao subfinanciamento do SUS e às condições de trabalho para fixação do profissional nas regiões mais carentes. Contudo, ressalta que o setor hospitalar é igualmente vítima das equivocadas políticas públicas e que uma greve, mesmo que respeitando os limites legais mínimos, agrava as condições de funcionamento dos serviços e os riscos àqueles que buscam atendimento.

No ofício dirigido à Procuradoria Regional do Trabalho da 9.ª Região, nesta segunda-feira, 22, o Sindipar chamou a atenção para a gravidade do problema: “O corpo funcional de hospitais e estabelecimentos de saúde já opera com o número mínimo de profissionais adequados, dada a periclitante, pública e notória situação financeira do setor saúde no país. Não é de difícil percepção que o cumprimento de um efetivo de 40% não só comprometerá o atendimento da demanda dos pacientes, mas sim inviabilizará e, com toda a certeza, trará consequências desastrosas”.

Diante de tais premissas, o Sindicato patronal requer “a indispensável prevenção dos direitos daqueles que podem ser efetivamente prejudicados pelo movimento grevistas deflagrado, não somente no seu atendimento, mas pelo cuidado devido à sua saúde, em razão de que a ausência de profissionais médicos nos estabelecimentos particulares causará absoluta desassistência à população da Grande Curitiba”. Ainda de acordo com o Sindicato, o subfinanciamento da saúde se traduz pelo sucateamento dos serviços, com fechamento de hospitais e leitos. Há procedimentos que há mais de 10 anos não têrm seus valores recompostos. Sem assumir o seu papel constitucional no financiamento da saúde, de alocar 10% do PIB, a União deixa de aplicar mais de R$ 30 bilhões somente em 2013.

Em caso de dúvida, consultar o departamento jurídico do Sindipar. Para os estabelecimentos das demais bases do Estado, a consulta também pode ser feita ao Sindicato representativo ou à Fehospar.

Fonte: Fehospar