Tarefas do dia a dia como usar os talheres para comer, sentar-se em uma cadeira, escovar os dentes, segurar o celular, digitar no computador são muitas vezes desafios para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e afetam a sua qualidade de vida e independência. Mas existe uma aliada: a tecnologia auxilia na qualidade de vida das pessoas com deficiência

Neste Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 03 de dezembro, é importante lembrar que os facilitadores de atividades de vida diária pertencem a uma das categorias da Tecnologia Assistiva. Esta é uma área do conhecimento de característica interdisciplinar, que engloba estratégias, práticas, recursos e serviços a fim de proporcionar ou ampliar as habilidades funcionais das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Fomenta e promove a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.

Exemplos de como a tecnologia auxilia na qualidade de vida das pessoas com deficiência

Chayene Calmiski Bernardes, 22 anos, casada, que tem paralisia cerebral e tremores nos braços é usuária de alguns desses recursos. Uma mulher alfabetizada, que ao conseguir escrever sua primeira frase, passou a sonhar em escrever um livro. Até participar da oficina de legitimação e ter acesso à Pulseira de Peso da Mercur – empresa que atua na área da saúde e educação e que desenvolve linha de recursos de Tecnologia Assistiva – não conseguia escrever, devido aos tremores. Tinha dificuldade de realizar atividades que necessitassem movimentos mais precisos das mãos. “Eu não conseguia escrever, fazer uma chapinha, uma escova, tudo eu tinha que pedir. Era dependente para tudo isso. Quando me maquiava, por exemplo, ficava sempre borrado. Esse recurso me permite não depender das pessoas e isso é a melhor coisa do mundo”, conta.

Alison Geller, tetraplégico há 11 anos, é membro da Associação de Inclusão de Pessoas com Deficiência Física e junto com outras organizações da sociedade civil tem possibilitado às pessoas cadeirantes recursos necessários para o seu dia a dia. Uma das atividades que o Alison retomou nos últimos anos foi a prática esportiva e tem incentivado que outras pessoas também possam fazer o mesmo por meio do basquete adaptado.

Alison participou do processo de criação e legitimação das Cintas de Posicionamento para cadeirantes da Mercur. “As Cintas de Posicionamento nos possibilitam ficarmos amarrados nas cadeiras. Com os treinamentos e os recursos foi possível disputar o primeiro e o segundo lugar no Campeonato Gaúcho de Basquete. Em 2019 fomos campeões gaúchos”, comenta.

Desafios

Somente no Paraná são segundo dados do IBGE, são aproximadamente 2,2 milhões de pessoas com deficiências e que estão na esfera da Linha de Cuidado de Saúde da Pessoa com Deficiência. Em 2020, foram realizados 4,17 milhões de atendimentos a pessoas com deficiência, nos mais de 6.231 estabelecimentos distribuídos em todas as regiões do Paraná.  Estes números mostram os desafios do sistema de saúde para atender as pessoas com deficiência.

No Paraná, há pontos de atenção especializada para atendimento da pessoa com deficiência nas 22 Regionais de Saúde; 25 serviços na modalidade única de reabilitação física e, 19 serviços na modalidade única de deficiência auditiva. Como unidades próprias, o Hospital de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier e o Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Labiopalatal (CAIF), que integram o Complexo do Hospital do Trabalhador; o Centro Regional de Atendimento Integrado ao Deficiente (CRAID); e o Centro Especializado de Reabilitação em Foz do Iguaçu.

* Com informações das assessorias de imprensa

Fonte: Saúde Debate