A Secretaria Estadual da Saúde iniciou nesta terça-feira (7), o segundo módulo de oficinas do Plano Diretor de Atenção Primária – APSUS com foco na implantação da Rede Mãe Paranaense. A oficina reúne 150 tutores das quatro macrorregionais do Estado e envolverá aproximadamente 35 mil profissionais de saúde dos 399 municípios do Paraná.
O secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, abriu os trabalhos agradecendo a participação dos tutores no processo de educação permanente do APSUS e disse que o programa é uma das grandes realizações do governo na área da saúde. “Quem faz a diferença na implantação das redes de atenção à saúde no Paraná é o profissional que está em contato direto com o cidadão, por isso esse trabalho é fundamental para fazermos as mudanças no sistema de saúde de nosso estado”, disse Caputo Neto.

O secretário anunciou o lançamento do programa Mãe Paranaense para o dia 2 de maio e garantiu que até lá todos os profissionais ligados ao atendimento à mulher e à criança estarão capacitados. Segundo ele, a secretaria vai investir cada vez mais em educação permanente, ampliando os cursos oferecidos pela Escola de Saúde Pública de forma a capacitar todos os servidores públicos da saúde.

A superintendente de Atenção à Saúde da Sesa, Márcia Huçulak, coordenadora do APSUS, disse que o objetivo da segunda oficina é estruturar as equipes das unidades de saúde para a classificação de risco das gestantes de forma a reduzir os índices de mortalidade materno-infantil. “Sem mudança nos processos de trabalho na atenção primária não mudamos o sistema de saúde”, disse, explicando que após um diagnóstico detalhado da situação de saúde de todas as regiões do Paraná, a secretaria está definindo um incentivo para os municípios com base num fator de correção de desigualdades. “Os números de mortalidade materno-infantil são desiguais no Paraná. Sabemos onde temos que atuar para corrigir essas distorções e esse será um dos papéis do Mãe Paranaense”, disse Márcia Huçulak.

Dorotéia Pelissari de Paula Soares, da Universidade Estadual de Maringá, é uma das tutoras da macrorregião noroeste e se disse otimista com o programa. “Este é o movimento que o Paraná precisa para a reordenação da Atenção Primária. Eu estou quase me aposentando e estava desanimada com o papel que a secretaria estadual desempenhava na atenção primária. Vim porque acredito na proposta e porque é um grande desafio que precisa ser cumprido”, disse.

Beatriz de Oliveira Toso, da Unioeste, que defendeu tese de doutorado sobre atenção à saúde da criança com foco nas redes de atenção, disse que sua atuação como tutora foi definida pelo comprometimento do gestor estadual com a mudança da Atenção Primária. “Sem o apoio do gestor, tanto estadual como municipal, o trabalho do servidor fica solto e as mudanças não vêm. A aplicação de incentivo para os municípios será fundamental para que esta proposta dê certo”, afirmou.

Carolina Milena Domingues, da Universidade Estadual de Londrina, disse que o maior mérito do programa é potencializar a atenção básica e qualificar o atendimento. “Com essa metodologia de formação em ondas, com tutores, facilitadores e especializandos vamos atingir todos os trabalhadores da saúde com uma discussão do processo de trabalho e um diagnóstico aprofundado de cada região”, argumentou.

O segundo módulo de oficinas do APSUS segue até quinta-feira (9) e os 150 tutores terão a função de repassar os conteúdos para 1,5 mil facilitadores em cursos realizados em suas bases de atuação. Esses facilitadores promoverão cursos com os profissionais dos municípios, de modo que em maio todos já tenham recebido o treinamento para o lançamento do Mãe Paranaense. O terceiro módulo do APSUS abordará a Rede de Urgência e Emergência.Fonte: Sesa