Os hospitais filantrópicos do Paraná são responsáveis por cerca de 80% dos transplantes realizados no estado. Além disso, o estado é líder em doação de órgãos no país, segundo dados do Ministério da Saúde.

Nesta segunda -feira (29) o presidente da FEMIPA, Charles London, juntamente com representantes dos Hospitais Filantrópicos, receberam uma homenagem do presidente da  Assembleia Legislativa (ALEP), Alexandre Curi e de deputados que integram a comissão de saúde da ALEP: deputados Tercilio Turini, Márcia Huçulak, Luís Corti e Pedro Paulo Basana Arilson Chiorato, Dr. Leônidas, Luis Corti e Marcio Pacheco.

O presidente da Assembleia Legislativa destacou algumas medidas como a Lei que garante a meia entrada para doadores em eventos artísticos e culturais. 

“Além disso, com o objetivo de estimular a criação de políticas públicas que contribuam para a conscientização sobre a importância da doação de órgãos, no ano passado a Assembleia assinou o Termo de Cooperação Técnica nº 001/2024 com o Colégio Notarial do Brasil – Seção Paraná (CNB/PR), com a finalidade de fomentar a divulgação do Sistema AEDO (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos)”, mencionou Curi.

Também estiverem presentes na reunião, no gabinete da presidência da Assembleia Legislativa, representantes dos Hospitais Cajuru, São Vicente, Erasto Gaertner, Marcelino Champagnat e Angelina Caron, a enfermeira representante da Central Estadual de Transplantes, Luana Cristina Herbele dos Santos e a diretoria institucional da FEMIPA, Rosita Wilner.

Durante a solenidade de entrega do diploma de menção honrosa  – para 12 instituições de Curitiba e região que são referência na regulação de doações de órgãos e nas cirurgias de transplantes- o  médico e deputado Tercilio Turini (MDB), presidente da Comissão de Saúde, agradeceu pelo trabalho dos homenageados e ressaltou que a maior missão é ampliar o número de doadores para diminuir a fila de socorro a quem aguarda por um órgão. 

Em pronunciamento no plenário, durante a sessão, reforçou que a sociedade precisa cada vez mais se envolver em ações para ampliar as doações e captações de órgãos. “Uma tarefa que requer esclarecimento, informação, conscientização e conquista de confiança. Doar representa solidariedade, nobreza e atitude de dignidade humana”, afirmou.

Os homenageados foram: Central Estadual de Transplante do Paraná, Hospital Angelina Caron, Hospital São Vicente Curitiba, Hospital Universitário Cajuru, Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, Santa Casa de Curitiba, Hospital Erasto Gaertner, Hospital Pequeno Príncipe, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Hospital Nossa Senhora do Pilar, Hospital Nossa Senhora das Graças e Hospital Nossa Senhora do Rocio.

Dados

Atualmente 4.900 pessoas aguardam na fila para transplantes no Paraná, sendo que apenas para o transplante de córnea são 2 mil pessoas, de acordo com a Central de Transplantes do Paraná.

De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), elaborado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Paraná registrou 42,3 doadores por milhão de habitantes em 2024. Esse resultado representa mais que o dobro da média brasileira, de 18,6 doadores. O líder mundial em doações é a Espanha, com 49,3 doadores por milhão, e os Estados Unidos ficam em segundo com 48,04.

Em 2025, até junho, segundo dados parciais da ABTO, o Paraná aparece em 2º lugar no país com taxa de 37,9 doadores por milhão, atrás apenas de Santa Catarina (42,4). Ainda assim, esse número é mais do que o dobro da média brasileira de 19,5.

Dados da Central de Transplantes do Paraná mostram que entre janeiro e agosto de 2025 foram registrados no Estado 315 doações efetivas, 452 transplantes de órgãos, sendo 262 de rim, 162 de fígado e 20 de coração no Paraná e transplantes conjugados (rim, pâncreas ou rim/fígado).

MENOR RECUSA FAMILIAR – Outro fator que reforça a liderança paranaense é o baixo índice de recusa familiar. Desde 2020, o Estado mantém uma das menores taxas do Brasil. Em 2025, até junho, apenas 31% das famílias recusaram a doação, contra média nacional de 45%. O índice é resultado da capacitação contínua de equipes médicas e da abordagem humanizada junto às famílias.

Veja quais são as etapas do processo do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná:

– Hospitais notificam pacientes com potencial diagnóstico de morte encefálica à Central Estadual de Transplantes.

– Equipes da OPOs acompanham o processo de diagnóstico para confirmar a morte encefálica e, após a confirmação, a equipe da OPO e/ou a Comissão Intra-hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) realizam a entrevista familiar.

– Uma vez autorizada a doação, a equipe médica da Central de Transplantes avalia a viabilidade clínica do paciente como potencial doador de órgãos e tecidos e, após essas etapas, se inicia a análise de compatibilidade em âmbito estadual e nacional;

– Confirmada a compatibilidade, a logística de transporte é acionada, com frota terrestre e aérea disponível 24 horas;

– Os órgãos chegam ao hospital transplantador em tempo hábil, garantindo que cada doação se transforme em uma ou mais vidas salvas.