A gestão de riscos além de possibilitar ao hospital uma melhor qualidade no atendimento ao paciente também traz uma série de vantagens implícitas, como a economia de recursos e vantagens como a melhoria na imagem institucional. “O impacto da gestão de risco na sustentabilidade do hospital” foi um dos temas abordados no segundo dia da 6ª edição do Seminário Femipa, realizado entre 21 e 22 de novembro em Curitiba.

O assunto foi abordado pelo médico Juang Horng Jyh, que atua como coordenador da Gerência de Risco Sanitário-Hospitalar do Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio, de Tatuapé (SP) e delegado Superintendente-adjunto Regional de Medicina do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).

Ele destacou que perante um orçamento restrito e despesas crescentes, a contenção de despesas ganha aspectos essenciais e ela deve ser realizada de acordo com as prioridades e com foco no melhor atendimento possível ao paciente. Neste aspecto, é preciso considerar estratégias para adquirir o melhor produto, com o menor custo possível, tendo como pilares a eficiência, o uso racional de recursos e a gestão de riscos. 

O médico explicou que a gestão de riscos abrange a redução de riscos, com a identificação e prevenção, mas também o tratamento e assistência a eventos que já ocorreram, para que não tornem a ocorrer e também para que gerem o menor prejuízo possível. 

Segundo dados apresentados pelo médico, pesquisas realizadas nos Estados Unidos mostraram que as doenças iatrogênicas atingem entre 3 a 5,4% dos adultos e entre 1,8% a 2,1% das crianças e é a causa de 100 mil a 140 mil óbitos no país a cada ano. É preciso considerar ainda que os danos ao paciente por falhas no atendimento causam aumentos do tempo e dos custos de internação, danos à imagem da organização e gastos em ações judiciais. Da mesma forma, a falta de processos padronizados leva a um gasto desnecessário de materiais e insumos. 

Para Juang Jyh, uma das maiores dificuldades para a implantação do gerenciamento de riscos é a abordagem com base na culpa. Ou seja, muitos processos são conduzidos na busca de um culpado com diagnósticos como esquecimento, desatenção ou fraqueza moral. Para ele, este método pode ser substituído por uma estratégia mais moderna, com foco no processo que busca identificar em que condições os riscos aconteceram, com uma abordagem sistêmica e que possibilite diminuir os riscos. 

“Mesmo que o erro tenha sido cometido por um profissional, há uma série de aspectos que envolveram nesse erro. Será que este profissional estava sobrecarregado? Ele tinha as informações suficientes? É preciso definir o evento, pesquisar profundamente para identificar as causas, avaliar as causa subjacentes e implementar mudanças”, comentou.

Fonte Assessoria de Imprensa
Jornalista Karla Losse Mendes