vlademir 2Detalhes ou pequenos erros na gestão de recursos humanos podem trazer grandes prejuízos à sustentabilidade dos hospitais e comprometer tanto a qualidade do atendimento quanto o investimento em áreas prioritárias. Geralmente, quando se fala em riscos, a tendência dos gestores hospitalares é olhar para áreas mais imediatas como controle de infecções, procedimentos de higiene e identificação do paciente.

Há, no entanto, riscos também na área administrativa e financeira que merecem atenção dos administradores. Esse foi o tema da palestra proferida por Vlademir Feijó Gonzales, consultor na área de assessoria de recursos humanos e hoje atua também no setor na Fundação Estatal Zilda Arns. A fala ocorreu durante o segundo dia da 6ª edição do Seminário Femipa, realizado entre 21 e 22 de novembro em Curitiba (PR).

O especialista alertou que a administração de recursos humanos enfrenta muitos desafios como a legislação arcaica, da década de 40, atualizada por meio de portarias e até por notas técnicas do Ministério do Trabalho. Contexto que tem gerado dificuldade na aplicação da lei e confusões que resultam em prejuízos para as empresas.

Gonzáles alertou que as dificuldades pelas quais passam as empresas em relação à folha de pagamento podem, ao menos, serem minimizadas por uma atitude mais proativa das organizações. Ele cita como exemplo a participação nas discussões e decisões dos acordos coletivos que irão regulamentar as relações de trabalho. “Em geral pela minha experiência posso dizer que as empresas não participam das discussões da convenção coletiva, o que é muito ruim, porque quatro ou cinco empresas irão decidir por todo um setor. E essa decisão pode, inclusive, inviabilizar a operação de algumas delas”, afirmou.

Outro ponto destacado pelo palestrante é o desconhecimento das leis trabalhistas ou sua aplicação incorreta. O consultor citou diversos exemplos, e, entre os principais erros cometidos pelas instituições que podem ocasionar graves prejuízos está o pagamento de adicional noturno. “Uma coisa que poucas empresas sabem é que não é obrigatório o pagamento de adicional noturno sobre os momentos do intervalo. Pode ser uma despesa pequena se considerada isolada, mas se for multiplicado pelo número de funcionários e ao longo tempo somam uma quantia relevante”, afirmou.

Outro exemplo desses pequenos erros, mas que significam dinheiro a menos para investimento é o pagamento como feriado dos dias referentes ao Carnaval. “O Carnaval não é um feriado, portanto, não é necessário pagar o horário de trabalho de forma diferenciada.” Ele citou ainda uma série de outras ocasiões e detalhes que podem oferecer riscos à sustentabilidade da instituição.

Para solucionar esses problemas, segundo o consultor, não há outro caminho que não o da busca pelo conhecimento, treinamento dos funcionários do setor de recursos humanos e estabelecer procedimentos que garantam a conferência dos cálculos, do lançamento dos dados do sistema. Outra ferramenta importante, de acordo com Gonzalez, é ter indicadores claros quanto ao custo de cada funcionário e buscar, de acordo com a legislação, metodologias de remuneração que permitam premiar os trabalhadores dedicados, com a mínima incidência de encargos.

Fonte Assessoria de Comunicação Femipa
Jornalista Karla Losse Mendes