O uso de tecnologias colaborativas foi o tema de encerramento do 1º Fórum de Tecnologia da Informação em Saúde, que ocorreu no dia 23 de outubro em Curitiba. O evento foi realizado paralelamente ao 8º Seminário Femipa, promovido pela Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa). As possibilidades trazidas pelo avanço tecnológico na área foram apresentadas pelo diretor da área de Indústria da Saúde da GBS, um parceiro IBM, Jomar Farjardo. O especialista, que tem larga experiência no segmento, demonstrou que cada vez mais as equipes estão trabalhando de forma colaborativa, desde atuações menos organizadas, como a troca de mensagens via whatsapp, por exemplo.

No entanto, quando essas tecnologias são utilizadas para estruturação das equipes, Farjardo demonstra que a produtividade, criatividade e trocas passam a ser intensificadas e isso trás diversas vantagens ao negócio.

Um dos primeiros pontos destacados por ele para que a prática seja efetiva é o envolvimento de todos. “É preciso que as pessoas queiram ser colaborativas”, explicou. E, nem poderia ser diferente, uma vez que o processo exigirá a participação e cooperação de todos. Para tanto, acrescenta o diretor, deve haver o senso de que todos os participantes de uma equipe têm valor. Além disso, a equipe deve ter também o que ele denominou “senso de propósito”, ou seja, todos devem saber aonde querem chegar.

Outros fatores também são importantes, de acordo com o especialista. Entre eles, é preciso haver confiança de que todos irão cumprir suas tarefas e compartilhar as responsabilidades. Outro ponto é a heterogeneidade da equipe. “É muito interessante contar com pessoas diferentes, para uma diversidade de ideias. Neste grupo, onde há confiança, todos os membros compartilham as decisões, sem medo de errar gerando inovação e um ambiente criativo”, explicou. Para coordenar todas essas questões há mais um item fundamental: a liderança, que deve ser capaz de motivar e engajar os membros e olhar tanto para as atividades quanto para o relacionamento com sua equipe.

Uma das muitas vantagens do uso de tecnologias colaborativas é o compartilhamento das informações. “É importante transferir o conhecimento para que ele não fique na mão de uma pessoa, uma vez que as pessoas vão embora, mas o conhecimento deve pertencer a todos”, explicou. Ele também coloca que as tecnologias colaborativas estimulam as pessoas a se atualizar e a buscar inovar, além de tornar mais claros os processos, resultados e metas, se configurando como um espaço onde o membro da equipe encontre a informação disponível.

 

Exemplos

 

Um dos exemplos trazidos pelo diretor é a própria rede social profissional utilizada pelos funcionários da IBM, a BlueIQ. Nela, os trabalhadores podem criar seu perfil, têm acesso ao perfil dos colegas, criam blogs com as informações que produzem e leem os blogs dos assuntos de seu interesse. É possível criar comunidades, trocar documentos, tudo dentro do ambiente.

O sistema também mapeia o relacionamento entre os funcionários de todo o mundo e indica colegas com os quais seria interessante travar diálogos. Hoje, a plataforma conta com cerca de 600 mil perfis e acumula muita informação. Lá, é possível encontrar, reunidas em uma única plataforma, todas as informações, processos e procedimentos relacionados à empresa, tornando o conteúdo acessível a todos e reduzindo dúvidas.

Outro mecanismo utilizado pela multinacional é o chamado “embaixador”. Profissional nomeado para apresentar o sistema e a empresa a cada colega que ingressa na companhia. Este colega representa um ponto focal para o aprendizado das informações e conhecimento da plataforma.

Outro exemplo de como a tecnologia colaborativa pode impulsionar os cuidados com saúde apresentado pelo diretor, foi a criação do OpenPediatrics, um projeto iniciado pelo Boston Children’s Hospital que hoje é utilizado por profissionais de saúde de 129 países em seis continentes. O idealizador da proposta, Jeff Burns, conta que teve a ideia ao ver o filho jogar em uma plataforma multiplayer. Ele pensou que era interessante a forma como ele trocava informações com outros jogadores e imaginou como seria importante se médicos pudessem fazer o mesmo para diagnósticos e procedimentos.

Assim, surgiu a plataforma. Lá profissionais do mundo todo ingressam após um processo de moderação e podem obter informações sobre diagnósticos, procedimentos médicos, conversar sobre seus pacientes e colaborar no tratamento de crianças do mundo todo. O sistema possibilita o armazenamento de vídeos, treinamentos e as mais diversas formas de tornar disponível o conhecimento. “Esse tem sido um mecanismo utilizado e que tem auxiliado sobremaneira, sobretudo médicos de países com dificuldades para acesso à informação”, explicou. Para saber mais sobre o projeto acesse: http://openpediatrics.org/.

Fonte: Assessoria de Comunicação Femipa