O 11º Benchmarking Paranaense de RH, produzido pela Bachmann & Associados (B&A), em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), mostra resultados da gestão de pessoas nos hospitais paranaenses em 2018. O levantamento incluiu dados de 115.682 empregados formais (3,8% do total de 3.028.192 empregos formais existentes no Estado), de 127 organizações, das quais 15 são hospitais.

A tabela adiante compara os resultados gerais com os do setor de serviços e o segmento de hospitais.

 

Segue a análise de alguns dos indicadores.

Rotatividade

A rotatividade mede o fluxo de entradas (admissões) e saídas (desligamentos) de empregados em um determinado período de tempo. É útil para avaliar a renovação da equipe. A rotatividade ótima deve situar-se dentro de uma faixa, pois valores elevados apontam problemas como clima organizacional inadequado ou política salarial defasada, enquanto valores muito baixos indicam pouca oxigenação da equipe.

A Rotatividade média nas organizações participantes do levantamento foi de 26,9%, enquanto no segmento hospitalar foi de 29,4%. Mas, varia bastante nas empresas (figura 1).

 

 

A evolução do indicador ao longo dos últimos anos aparece na Figura 2, onde se percebe uma mudança na tendência de redução presente nos últimos anos.

 

 

Um importante componente para a rotatividade foi o número de desligamentos voluntários. Nos 15 hospitais que forneceram os dados, os desligamentos feitos a pedido dos empregados corresponderam a 15,5% dois empregados, contra a média de 11,7% nas empresas de serviços do Estado.

Retenção 90 dias

A Retenção 90 dias registra o percentual dos profissionais que permaneceu na organização por mais de 90 dias, desde a data da admissão. Logo, valores maiores indicam resultados melhores. A Retenção 90 dias média de 2018, no segmento hospitalar,foi de 79,5%, resultado um pouco menor que a do conjunto das empresas do Estado, de 88,1%.

 

Figura 3 – Retenção 90 dias nos hospitais em 2018, %

 

Absenteísmo

Absenteísmo é a fração do tempo não trabalhado em decorrência das ausências, em relação ao total do tempo contratado. No segmento, o Absenteísmo foi de 2,5%,resultado superior à média da amostra geral (1,8%).

O Absenteísmo Médico no segmento foi de 1,4%, respondendo por pouco mais da metade das ausências.

Figura 4 – Absenteísmo nos hospitais em 2018, %

 

Horas extras pagas

A prática da hora extra está bastante disseminada nas empresas paranaenses e, em algumas, os volumes foram significativos, indicando a necessidade de ações corretivas.

No segmento hospitalar, as horas extras pagas corresponderam a 1,8% do total das horas trabalhadas (figura 5). É importante lembrar que esses valores correspondem a média anual; portanto, em períodos específicos, podem ter sidos bem maiores.

 

Figura 5 – Horas Extras Pagas nos hospitais em 2018, %

 

Grau de Terceirização

O Grau de Terceirização corresponde ao percentual de profissionais terceirizados existente na força de trabalho da organização. O valor ótimo, é claro, depende da estratégia da organização. O resultado geral de 2018 no Estado foi de 10,1% de terceirizados nas equipes. Já no segmento dos hospitais, o nível de terceirização foi menor (6,2%). Com a mudança na legislação, há expectativa que esse indicador cresça nos próximos anos.

Escolaridade

A escolaridade formal da equipe é uma medida da capacidade de entender instruções e de inovar, representando, para a maioria dos negócios, um importante fator de competitividade. O levantamento mostrou uma grande variação no perfil de escolaridade entre os setores participantes. Na média dos 15 hospitais, os resultados foram (percentual das equipes):

Ensino Fundamental incompleto 4,4%
Ensino Fundamental completo 6,7%
Ensino Médio completo 63,5%
Ensino Superior completo 19,9%
Pós-graduação completa 5,5%
   

Treinamento

O tempo despendido em treinamento nas empresas paranaenses correspondeu, em média, a 1,3% do tempo total trabalhado, ou aproximadamente 35 horas anuais por empregado. No segmento hospitalar esse resultado foi menor, correspondendo a apenas 0,9% do tempo ou aproximadamente 16 horas anuais por empregado, com grande variação entre as empresas (figura 6).

Figura 6 – Treinamento nos hospitais em 2018, %

 

Percentual de mulheres

O Percentual de Mulheres é um caso particular da avaliação mais ampla que objetiva monitorar o perfil das equipes em relação a aspectos como gênero, etnia, idade, etc., para que se possa avaliar o efeito das políticas voltadas a ampliar a diversidade nas organizações. Isto se justifica porque há evidências de que equipes que apresentam maior diversidade são mais flexíveis e inovadoras.

O levantamento mostrou que o setor de serviços continua apresentando o maior percentual de mulheres(59,4%). Nos hospitais,elas são maioria, correspondendo a 82,3% dos empregados em 2018.

 

TFCA

A Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento (TFCA) avalia o número de acidentados com afastamento em cada milhão de horas trabalhadas. Portanto, valores menores indicam resultados melhores.O cálculo deste indicador obedece às orientações da norma brasileira NBR 14280 – Cadastro de Acidentes de Trabalho. A métrica mede apenas os “acidentes com afastamento”, isto é, aqueles cuja gravidade impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia seguinte ao do acidente ou dos quais resulte incapacidade permanente. No levantamento foram considerados só os empregados próprios, ignorando os acidentes com pessoal terceirizado.

Embora 32 organizações da amostra não tenham reportado qualquer acidente com afastamento, a Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento (TFCA) média da amostra foi de 7,29 acidentados por milhão de horas trabalhadas. No segmento hospitalar o resultado foi mais elevado (12,64 acidentados em cada milhão de horas trabalhadas), exigindo urgentes ações preventivas.

Conclusões

O11º Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos mostrou que o segmento hospitalar ainda tem  bastante espaço para melhoria dos indicadores clássicos de RH.O monitoramento mensal dos indicadores pelas empresas, e a comparação anual com referências externas, como as oferecidas pelo Benchmarking Paranaense, são importantes para a melhoria na gestão de pessoas nas empresas.

 

Serviço

O relatório completo do 11º Benchmarking Paranaense de RH foi fornecido gratuitamente às empresas participantes. Outras empresas podem obter o material no site da ABRH-PR www.abrh-pr.org.br.

É importante lembrar que as empresas que participaram do levantamento podem gerar relatórios atualizados e com a identificação da empresa nos gráficos. Basta fazer login no site do programa (www.indicadoresrh.com.br).

Sua empresa não participou? Ainda é possível fornecer os dados e fazer as comparações permitidas pelos relatórios automáticos gerados pelo sistema informatizado. Acesse www.indicadoresrh.com.br ou faça contato conosco (atendimento@bachmann.com.br ou 41 3324-5336).

 

Fonte: Dórian L. Bachmann e Taiana Rodrigues - Bachmann & Associados