Um estudo internacional com a participação de diversos países está em desenvolvimento também no Complexo Hospital de Clínicas, vinculado à Universidade Federal do Paraná (UFPR), sob a coordenação da médica infectologista e professora do curso de Medicina da instituição, Mônica Gomes.

A pesquisa, que foi apresentada na 22ª Conferência sobre Infecções Oportunistas e Retrovirus, importante evento internacional sobre doenças infecciosas e que foi dedicado à Covid-19, demonstrou a eficácia de um antiviral para reduzir a capacidade de contágio do SARS-COV-2, vírus causador da Covid-19. Foram avaliados, nos Estados Unidos, pacientes com até sete dias de sintomas de Covid-19, randomizados para receber o medicamento via oral (1 cápsula a cada 12h, por cinco dias) ou placebo.

Dentre os 75 participantes com cultura positiva para SARS-COV-2, via coleta de swap nasal, após cinco dias de tratamento, 24% dos pacientes que usaram placebo tinham cultura positiva, enquanto nenhum paciente que usou o medicamento teve evidência de vírus viável na via respiratória, avaliado pela cultura para SARS-COV-2.

Os testes estão na fase 3. São três etapas até que fique comprovada a eficácia e segurança do medicamento. “Só então a população terá acesso ao antiviral que poderá ser usado no tratamento da Covid-19. Hoje, não existe antiviral que combata a multiplicação do vírus da Covid-19 na fase precoce da doença. Por isso, essa descoberta é tão importante no combate à pandemia”, explica Mônica.

Segundo os pesquisadores, o medicamento já se mostrou capaz de ajudar no tratamento de outros tipos de coronavírus, como os que causaram a epidemia de SARS na China (2002-2003) e de MERS (2012), no Oriente Médio. Neste estudo, os pacientes são tratados por cinco dias e são acompanhados para avaliação de segurança por 7 meses.

Fonte: Saúde Debate, com informações da assessoria de imprensa