A segunda edição do Prêmio Femipa de Melhores Práticas e Criatividade também recebeu trabalhos na categoria “Gestão de Assistência e Segurança do Paciente”, tendo como finalistas os projetos inscritos pelos hospitais Ministro Costa Cavalcanti, de Foz do Iguaçu, Erasto Gaertner, de Curitiba, e a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Maringá. A representante desta última instituição, que apresentaria o trabalho “5 razões para implantar um serviço de cuidados com a pele”, não pôde comparecer ao evento.

A premiação instituída pela Femipa tem o propósito de estimular a adoção de ferramentas e procedimentos, que possam trazer benefícios à gestão dos hospitais e aos pacientes, além de promover o intercâmbio de informações sobre essas práticas. Nesta edição, a participação foi extensiva a instituições paranaenses de saúde não filantrópicas.

A seguir, o resumo dos dois trabalhos finalistas apresentados:

“Avaliação de uma ferramenta para a prescrição da fisioterapia hospitalar”

A representante do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, de Foz do Iguaçu, Cintia Teixeira Rossato Mora trouxe a experiência da instituição na “Avaliação de uma ferramenta para a prescrição da fisioterapia hospitalar”. Segundo ela, a motivação para a iniciativa foi a necessidade de ter critérios objetivos para essas prescrições.

O propósito do projeto foi avaliar uma ferramenta para a prescrição de fisioterapia hospitalar, baseada em critérios clínicos e funcionais, para identificar a necessidade e a quantidade de sessões diárias, visando a qualidade da assistência e segurança dos pacientes internados.

Cíntia explicou que, com base no registro do prontuário eletrônico do sistema Tasy, foram selecionados vários parâmetros, como idade, nível de consciência do paciente, a existência de doença pulmonar, as condições de mobilidade, entre outros, e estabeleceu-se uma pontuação, de acordo com o grau de cuidado. A partir do escore obtido, foi possível ajustar a complexidade do atendimento.

Para o piloto do projeto, que foi desenvolvido entre 1º de dezembro de 2018 e 31 de janeiro de 2019, foi estabelecido como público-alvo, os pacientes do bloco de internação do SUS com patologias cardiológicas, oncológicas e da clínica médica. Segundo Cíntia, nesse período, foram realizadas 146 avaliações e a ferramenta permitiu que 97% das prescrições fossem readequadas.

A conclusão do trabalho foi que a ferramenta pode ser usada para auxiliar na padronização da prescrição da fisioterapia hospitalar, na identificação de pacientes de risco e otimizar o atendimento, direcionando os custos aos pacientes com maior necessidade.

“Projeto prescrição partilhada”

O Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba, referência no tratamento do câncer, apresentou o “Projeto prescrição partilhada”. A proposta do trabalho, segundo a representante da instituição, Solane Picolotto, é envolver os próprios pacientes e familiares no tratamento para que eles se tornem aliados na busca de uma assistência mais segura e ajudem a reforçar a barreira na prevenção de falhas.

De acordo com Solane, iniciativas que incentivem o envolvimento do paciente nos cuidados com sua própria saúde têm sido estimuladas, principalmente, levando-se em conta a estimativa da Organização Mundial da Saúde de que, pelo menos, 400 mil eventos adversos evitáveis relacionados a medicamentos são registrados todos os anos no mundo.

Solane é farmacêutica clínica na ala pediátrica do Hospital Erasto Gaertner e o dia a dia de trabalho reforçou sua percepção sobre as dúvidas que os familiares tinham em relação ao tratamento farmacológico durante a internação. A “prescrição partilhada” veio em resposta a essas demandas. Trata-se de um resumo da prescrição médica diária, em que constam as informações sobre os medicamentos prescritos – denominação comum, doses, via de administração e horários – e outras orientações.

A ferramenta começou a ser adotada na pediatria em julho de 2018 e até janeiro deste ano foram realizadas 450 prescrições partilhadas a 165 pacientes. Por enquanto, são cinco os medicamentos que fazem do novo modelo de prescrição. Solane adiantou que, como o feedback da iniciativa tem sido bastante positivo, a intenção é estender a outros medicamentos, cobrir todas as prescrições, e estabelecer indicadores de intervenções familiares.

 

Fonte: Assesoria de Imprensa Femipa - Interact Comunicação - Andrea Lombardo