Na manhã desta terça-feira, 5 de novembro, a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), representada pelo diretor-geral, Mário César Homsi, participou de uma audiência pública, realizada pela Comissão de Seguridade Social e Família, na Câmara dos Deputados. O evento reuniu parlamentares e representantes da área de saúde para discutir os prós e contras da regulamentação do uso da Telemedicina no Brasil, em forma de serviços médicos mediados pela tecnologia.

Na ocasião, Mário Homsi, em nome do presidente da CMB, Edson Rogatti, manifestou apoio do setor para a normatização, bem como ampliação do uso das diferentes tecnologias em prol de melhorias no acesso à saúde e também da educação continuada dos hospitais que atendem o Sistema Único da Saúde. “Nós representamos cerca de 2.100 hospitais filantrópicos no Brasil. Destes, pouco mais de mil hospitais estão localizados em municípios, nos quais eles são praticamente os únicos instrumentos de saúde. Nesse cenário, não tem como a CMB não apoiar a discussão e a normatização da Telemedicina e o avanço no sentido de proporcionar melhor acesso, principalmente destes hospitais que se encontram distantes dos grandes centros médicos do País”, disse.

Homsi destacou ainda a importância do uso da Telemedicina na educação e como isso tem beneficiado os hospitais filantrópicos, por meio da capacitação e aprimoramento das equipes que compõem as instituições. “Há 4 anos, os hospitais filantrópicos vem desenvolvendo a ‘teleeducação’ e colecionando resultados extremamente satisfatórios por meio desse projeto”. contou. Por meio do programa Telemedicina-EducaSUS, a CMB está presente em 17 estados, com 208 pontos instalados via satélite, desenvolvendo e trabalhando a educação continuada dos hospitais. “O programa faz com que essa capacitação chegue em locais que, se não fosse o uso dessa tecnologia, isso não seria possível”, explicou.

Segundo o dirigente, novos projetos neste sentido estão sendo desenhados para serem desenvolvidos junto ao Ministério da Saúde, em 2020. Um deles seria o estudo da possibilidade de disponibilizar esses cursos também via internet, deixando de depender apenas dos pontos nos hospitais. “Isso permitiria trabalhar também com o uso do smartphone, por médicos e funcionários dos hospitais”, exemplificou. Outro projeto seria uma proposta de reformulação do SUS, com revisão de toda a rede de assistencial. “O foco é trabalhar em cima dos grandes hospitais, e através deles constituir redes de atendimento que atinjam os hospitais a nível estratégico e a nível de apoio, integrando todos eles em base de rede e de assistência”, contou.

Além do diretor da CMB, participaram do debate presidido pelo deputado Dr. Jaziel (PL/CE), autor do requerimento (263/2019): o diretor científico e de Ensino Médico Continuado da Associação Médica de Brasília, Orlando Faria; o médico referência do Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, representando a Anahp, Carlos Henrique Sartorato Pedrotti; o membro da Câmara Técnica de Informática em Saúde do Conselho Federal de Medicina, Chao Lung Wen; e a diretora do Departamento de Saúde Digital da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Adriana da Silva e Sousa.

Fonte: CMB