Falta menos de um mês para o 29º Congresso das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos, a ser realizado pela CMB. Com a aproximação do encontro esperado, a entidade foi em busca de ouvir os dirigentes das federações estaduais sobre suas expectativas e opiniões acerca dos temas que mereçam ser abordados na ocasião do evento. O presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Entidades Filantrópicas do Estado do Piauí, Jorge Ivan Teles de Sousa, também foi entrevistado pela equipe de comunicação da Confederação. Na oportunidade, ele destacou, entre outros assuntos, a importância da busca por soluções para as dificuldades das Santas Casas em quitar suas dívidas. O Congresso ocorre de 13 a 15 de agosto, em Brasília. A programação e as inscrições estão disponíveis em www.cmb.org.br/congresso.

O presidente da federação destaca as expectativas e a participação dos parlamentares no Congresso. “Anualmente, a gente tem uma boa participação dos nossos parlamentares no café da manhã. Eles prestigiam o evento. Apesar de sermos uma federação pequena, nós temos uma participação política bem interessante”, disse Jorge Ivan, que também se mostrou confiante por mudanças com o atual governo e as últimas resoluções voltadas ao setor filantrópico. “A nossa luta continua. Ela é sistemática e constante. A expectativa é que a gente consiga avançar. Tivemos agora a lei que autoriza o BNDES a financiar as entidades. O dinheiro é pouco (R$ 1 bilhão esse ano), mas já é alguma coisa”.

A maior dificuldade da Federação piauiense, segundo Ivan, é a remuneração das entidades pelos serviços prestados. Segundo o presidente, o gestor público ainda vê a entidade como quem tem a obrigação de fazer o serviço quase de graça.

O tema central do Congresso esse ano é “Rede Filantrópica: Reconstruindo a Saúde com o Brasil”. Nesse contexto, o representante do Piauí lembra que as entidades filantrópicas no Brasil, de maneira geral, têm uma contribuição muito forte desde sempre. Uma contribuição centenária. “Durante muito tempo, o Estado usou nossas estruturas, não remunerou, e hoje as estruturas estão com muita dificuldade. Mas mesmo assim as entidades filantrópicas são exemplo de gestão”, explicou e completou: “já há sinais que o próprio Ministério Público e o próprio Governo Federal estão começando a enxergar, até porque faltou dinheiro, de maneira geral, para todo mundo. A crise não atingiu só a gente”.

O presidente conta que em seu estado, o Piauí, o governo até tentou contratar as OS, para terceirizar essa gestão, a fim de dar mais eficiência, mas existe, segundo ele há uma trava no próprio Ministério Público do Trabalho, que proíbe essa contratação (terceirizada). “Isso encarece muito o serviço público feito pelo Estado, que não é eficiente. É ineficiente e caro. Quando o Estado tenta uma medida de viabilizar, de baratear, de ter mais eficiência, o outro braço do Estado vem e impede”, explicou.

Perguntado sobre o motivo desse entrave do MP, o dirigente foi categórico. “Existe alguma parte do Ministério Público que entende o serviço público como prestação essencial do Estado. Mas, buscamos, sistematicamente, sensibilizar os órgãos, mostrando que dá pra fazer um trabalho melhor, ao preço melhor, com mais eficiência”, finalizou.

O CONGRESSO

O Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos será realizado, de 13 a 15 de agosto, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21. Com o tema central “Setor Filantrópico: Reconstruindo a Saúde com o Brasil”, o encontro tem como objetivo promover debates de interesse do setor filantrópico de saúde, em busca de atualizar conhecimentos e apresentar ferramentas adequadas para a melhoria da gestão e superação das crises do setor. Programação completa e inscrições pelo site do evento, em http://www.cmb.org.br/congresso.

Fonte: CMB