Bastante silenciosa, a doença renal pode surgir ainda na infância e a prevenção é o melhor remédio. O consumo de produtos industrializados e fast-food, por exemplo, têm impacto direto na saúde infantil. “Esses alimentos provocam o aumento da incidência de cálculos renais e hipertensão arterial. Além do erro alimentar, as crianças tomam pouca água e fazem menos atividades físicas do que deveriam, o que também não são hábitos saudáveis”, explica a nefrologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, Mariana Faucz Munhoz da Cunha.

A especialista lembra que o pediatra deve estar atento a diversas situações, como infecções urinárias de repetição, presença de sangue na urina ou inchaço (principalmente nas pernas, tornozelos ou pés), além de anemia crônica e atraso no crescimento. “A aferição da pressão arterial deve fazer parte de todas as consultas pediátricas em crianças a partir de 3 anos e até mesmo antes, sobretudo em pacientes com alguma morbidade”, comenta a médica.

Mudanças

Para garantir a qualidade de vida dos meninos e meninas, é fundamental que os responsáveis promovam atitudes saudáveis no dia a dia das crianças. “É importante a restrição de sódio, o aumento da ingestão de água e o estímulo da prática de esportes. Além disso, é importante ficar atento aos sinais de alerta e fazer o controle da pressão arterial”, avalia a nefrologista.

Medidas preventivas farão realmente a diferença no crescimento e desenvolvimento das crianças, pois o bom funcionamento dos rins é imprescindível para garantir uma vida saudável. “A hipertensão arterial é uma das maiores causas de falência renal, que leva à diálise nos adultos. A dieta das crianças é de responsabilidade dos adultos, bem como o estímulo aos bons hábitos. Para isso é preciso o exemplo dos pais, que precisam igualmente cuidar da função renal.  O cuidado médico, com acompanhamento pediátrico de rotina, possibilita ainda a identificação precoce de doenças, mudando muitas vezes a história de vida dos pequenos pacientes”, completa a nefrologista pediátrica.

Sinais que podem indicar o comprometimento renal na infância

Urina

– Frequência com que a criança vai ao banheiro por dia. É considerado pouco de uma a duas vezes e muito de dez a quinze vezes.

– Se a urina é escura e/ou com espuma.

– Se a criança sente dor ao urinar e se já teve infecção urinária.

– Se faz xixi na cama ou na roupa com frequência.

 Pressão arterial elevada

– Crianças acima de três anos precisam ter a pressão arterial verificada em consulta de rotina ao pediatra.

 Inchaço

– Se a criança apresentar membros inchados (como pernas, tornozelos e pés) de maneira inesperada.

 Portador de doenças, como:

– Diabetes mellitus com mais de 5 anos de evolução.

– Mielomeningocele.

– Lúpus.

– Histórico de doença renal na família, como rim policístico e cálculo renal, por exemplo.

Doença renal: a prevenção começa na infância

Com atitudes simples desde a infância, é possível proteger os rins para toda a vida.

Incentive a criança a:

– Beber água

– Praticar exercícios físicos diariamente

– Não consumir muito sal, açúcar e comida industrializada (como salgadinho, bolacha recheada, refrigerante, achocolatado, embutidos, entre outros)

– Fazer xixi a cada três ou quatro horas e sempre que tiver vontade

Como responsável:

– Controle o peso corporal da criança

– Não dê medicamento sem prescrição médica, inclusive anti-inflamatórios

– Evite situações que provoquem a desidratação da criança (como pouca ingestão de água e exposição prolongada ao sol)

– Consulte um pediatra regularmente

Sobre o Serviço de Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe

Criado em 1985, o Serviço de Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe é o único exclusivamente pediátrico do Paraná e também é considerado um dos mais completos do Brasil. A instituição oferece hemodiálise, diálise peritoneal, transplante renal, hemodiafiltração, plasmaferese e urodinâmica, além de ambulatório geral de nefrologia e ambulatórios especializados para atender pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento conservador, litíase, tubulopatias, glomerulopatias, bexiga neurogênica e hipertensão arterial.

Com uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais, o Serviço de Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe é referência em transplantes renais infantis, procedimento que realiza desde 1989.  Somente em 2017, a instituição foi responsável por 4.917 atendimentos ambulatoriais, 3.938 sessões de hemodiálise e 558 internamentos na área, além de 15 transplantes.

Pela necessidade de um acompanhamento contínuo aos pacientes, principalmente àqueles que são submetidos à hemodiálise, o Setor de Educação e Cultura do Hospital Pequeno Príncipe conta com 8 professores que atuam diretamente no Serviço de Nefrologia. Em 2017, foram 78 crianças e adolescentes que tiveram acompanhamento escolar durante a hospitalização.

Fonte: Assessoria de imprensa Hospital Pequeno Príncipe