O prefeito em exercício de Curitiba, Eduardo Pimentel, e a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella, anunciaram, nesta quarta-feira (04), a liberação de um repasse suplementar de R$ 73,2 milhões para o ano de 2024. Dez hospitais filantrópicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) curitibano serão contemplados: Hospital Pequeno Príncipe, Evangélico Mackenzie, Cajuru, Santa Casa de Curitiba e Unidade Complementar Instituto de Medicina, Cruz Vermelha, São Vicente CIC, Erasto Gaertner, Instituto Madalena Sofia, HNSG Maternidade Mater Dei e Complexo Hospitalar Pequeno Cotolengo.

Em entrevista à FEMIPA, Pimentel ressaltou que as instituições sem fins lucrativos são fundamentais para a rede da capital paranaense e que não medem esforços para colaborar.

“Em nome do município de Curitiba, quero agradecer a todos os hospitais filantrópicos, que fazem um trabalho permanente de apoio no dia a dia do cidadão curitibano e que nunca faltaram a um pedido da nossa cidade, principalmente na pandemia. Sempre que há uma solicitação, os hospitais sentam para conversar e abrem suas portas. Isso, para nós, é muito gratificante, por isso nosso empenho na liberação desse recurso, para que mantenham leitos abertos e a estrutura funcionando com tranquilidade”, disse.

Beatriz Battistella também reforçou que essa rede de hospitais é um importante braço de assistência à população. Ela destacou que, nos últimos anos, especialmente após a pandemia, o município e as instituições de saúde estabeleceram uma relação ainda mais próxima, em busca de um melhor atendimento ao cidadão curitibano, o que é fundamental para o bom andamento do sistema. Segundo a secretária, a rede filantrópica é essencial, com diversas expertises – emergência, cardiologia, neurologia, cirurgia etc -, que garantem a grande competência da assistência à saúde da cidade.

“E, para nós, é um orgulho podermos contar com esses hospitais fazendo parte dessa nossa rede tão consolidada. Um dos problemas críticos do SUS no Brasil diz respeito ao subfinanciamento, que traz dificuldades para melhoria do sistema, ampliação de acesso e mais agilidade às ações. Por isso, em Curitiba, todo recurso que conseguimos reservar para priorizar as despesas está sendo muito bem capitalizado, e nosso esforço de buscar eficiência do gasto público pode proporcionar ações como essa. Esse recurso, certamente, vai fazer a diferença na gestão desses hospitais que compõem nossa rede do SUS curitibano”, pontuou.

A secretária destacou, ainda, que o recurso definido como temporário em 2022 foi agora mantido para mais 12 meses e que esse olhar cuidadoso com os prestadores vai continuar, sempre buscando também novas formas de financiamento para o sistema.

Convidado a compor a mesa de autoridades, o presidente da FEMIPA, dr. Charles London, agradeceu a oportunidade e garantiu que os recursos são de grande importância para os hospitais. Durante seu discurso, ele citou que o setor filantrópico é o maior parceiro da saúde no Brasil, responsável por mais de 50% dos atendimentos ao SUS e mais de 70% na alta complexidade.

“Um hospital, conforme dizem os especialistas, é a segunda empresa mais complexa para ser administrada, atrás apenas dos aeroportos. Temos restaurante, lavanderia, setor de materiais, centro cirúrgico, de tudo um pouco dentro dos hospitais. Além disso, trabalhamos com algo imensurável, que é a vida, a saúde das pessoas. Enfrentamos inúmeras dificuldades financeiras e todo recurso que chega é necessário, um reconhecimento dessa importância que temos para o sistema de saúde. E, aqui, destaco um detalhe importantíssimo: previsibilidade. Esse recurso, quando é anunciado com uma certa antecedência, entra no nosso orçamento, podemos contar com o montante e programar as ações necessárias para atendimento à população. Certamente, esses recursos serão muito bem empregados”, completou.

Financiamento do SUS

A deputada estadual Márcia Huçulak, ex-secretária de Saúde de Curitiba, lembrou que, quando o SUS foi criado, na década de 1990, o financiamento do sistema era 70% proveniente do governo federal e 30% era dividido entre estados e municípios.

Atualmente, a conta se inverteu e os estados e municípios arcam com 58% do financiamento e somente 42% provém do governo federal, o que sobrecarrega principalmente a gestão municipal, porque as pessoas vivem nas cidades.

Presenças

Também participaram do evento os vereadores Bruno Pessuti, vice-líder do governo na Câmara Municipal, Alexandre Leprevost, Beto Moraes, Ernani, Leônidas Dias, João dos 5 Irmãos, Mauro Bobato, Noemia Rocha, Ozias Moraes, Oscalino do Povo, Sabino Picolo, Sidnei Toaldo e Serginho do Posto; os administradores regionais do Portão, Gerson Gunha, e da CIC, Raphael Keiji; o presidente da Cohab, José Lupion Neto; o superintendente executivo da SMS, Juliano Gevaerd; e a superintendente de gestão da SMS, Flávia Celene Quadros.

Representantes dos hospitais estiveram presentes: Tiago Hessel Tormen (Evangélico Mackenzie); Álvaro Quintas (Cajuru); Rogério Vanderlei Kuntz (Santa Casa de Curitiba e Unidade Complementar Instituto de Medicina); Meri Barti (Cruz Vermelha); Fernando de Oliveira (Erasto Gaertner); André Bueno (Instituto Madalena Sofia); Irmã Iracema (HNSG Maternidade Mater Dei); André Teixeira e Donizete Giamberardino (Pequeno Príncipe); e padre Reinaldo Lopes (Complexo Hospitalar Pequeno Cotolengo).

Fonte: FEMIPA, com informações da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba