Foto: Jonathan Campos

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Após a audiência realizada na quinta-feira no Tribunal Regional do Trabalho, quando os representantes dos empregados da saúde rejeitaram a proposta patronal de reajuste salarial pela variação inflacionária de forma escalonada , o Sindesc conduziu nova assembleia na tarde desta sexta-feira, 20, e o resultado foi revertido, com o setor votando pela aceitação e colocando fim ao movimento grevista iniciado no meio da semana. A classe trabalhadora aceitou a recomposição do piso com 7% a partir da data-base (1.º de maio) e mais 2,83% valendo a partir de janeiro de 2017. O percentual global será aplicado de imediato aos demais benefícios e foi decidido que não haverá desconto pelas faltas aos grevistas, aos quais se assegurou ainda estabilidade por pelo menos 60 dias.

A assembleia dos empregados foi bastante tensa, mas prevaleceu o entendimento de que a proposta estava no limite da capacidade financeira dos hospitais e também ajustada ao difícil momento a que passa a economia nacional, como bem destacado pela desembargadora Marlene T. Fuverki Suguimatsu ao presidir a sessão no TRT, na quinta-feira. Após a decisão, representantes do Sindesc e Sindicato dos Técnicos em Radiologia reuniram-se com o representante jurídico do Sindipar, Bruno Milano Centa, para formalizar o documento do acordo já juntado aos autos do processo no Tribunal.

Conforme manifestação extraída já no debate no TRT, os representantes dos patrões e empregados firmaram o compromisso de constituir um comitê para reivindicar juntos aos gestores públicos melhores condições para o funcionamento dos serviços de saúde, o que significa valorização da atividade com mais investimentos e que não ocorram atrasos nos repasses dos recursos. Como demonstrado nos debates no Tribunal, nos últimos cinco anos a rede conveniada ao SUS não teve qualquer reajuste em seus serviços, excentuando-se alguns incentivos em insignificantes percentuais, contrastando com acelerada inflação e ganhos reais de até 47% concedido aos empregados.

Na paralisação deflagrada na quarta-feira, os hospitais privados não tiveram maiores problemas no atendimento à população. A exceção ficou por conta dos serviços contratados pela prefeitura de Curitiba junto à Feaes, impactando em atendimentos prestados no Hospital do Idoso, UPA da Matriz e alguns Caps. O acordo celebrado nesta sexta determinou o retorno do trabalho a partir das 19h, com o que os funcionários ausentes em suas escalas serão considerados faltosos. Conforme a decisão da Justiça na quinta, os empregados de UTI e centros cirúrgicos deveriam se fazer presentes 100%.

Fonte: Sindipar