DSC_0181Gestores de hospitais públicos e filantrópicos concluíram nesta quinta-feira (15) o curso de Especialização em Gestão Hospitalar do Programa de Apoio e Qualificação dos Hospitais Públicos e Filantrópicos (HospSUS). O curso, realizado em parceria com a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Paraná (Femipa) e com a Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), teve duração de dois anos e duas turmas, uma em Curitiba, outra em Londrina, com um total de 70 formandos. Ao longo desse período, os gestores puderam trocar experiências e ter acesso a metodologias e ferramentas de gestão e oficinas cujos temas eram relacionados às Redes de Atenção à Saúde, visando à melhoria do acesso e do atendimento prestado aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

O HospSUS foi o primeiro programa estratégico lançado pela Secretaria da Saúde com o tripé ‘custeio, investimento e capacitação’ e o modelo norteia todos os programas lançados. “Tão importante quanto os recursos de custeio e os investimentos em obras e equipamentos é a qualificação dos profissionais que gerenciam estes recursos. Cada vez que atingimos uma de nossas metas, o reflexo é sentido no atendimento direto da população”, afirmou o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto.

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Em dois anos, os investimentos no HospSUS ultrapassam R$ 100 milhões. “Este programa impactou diretamente na gestão das redes Paraná Urgência e Mãe Paranaense. É uma experiência pioneira”, ressaltou o secretário. Ele afirmou que o HospSUS será ampliado com o lançamento da terceira fase, que contemplará os hospitais de pequeno porte.

O presidente da Femipa, Luis Soares Koury, destacou que o curso de especialização possibilitou a integração entre as entidades filantrópicas e públicas. “Quando melhoramos a gestão, maior é a possibilidade de darmos a melhor assistência aos pacientes”, disse. A expectativa da Femipa é que os investimentos em formação continuem. “Mais pessoas precisam ser capacitadas dentro dos hospitais”, afirmou.

O coordenador do curso de especialização, Lourival Scheidweler, enfatizou que os trabalhos apresentados pelos alunos foram excelentes. “São pessoas competentes que estão fazendo a diferença para o Sistema Único de Saúde”, disse.

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Pesquisas

Para marcar o encerramento do curso, foram apresentados três dos trabalhos de conclusão elaborados pela turma. Para o presidente da Femipa, Luiz Soares Khoury, os bons resultados deste primeiro curso geram expectativa para a criação de uma nova etapa.

O primeiro trabalho mostrou que a Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (FEAES) tem se revelado uma opção eficiente de administração hospitalar. O contrato de gestão estabelece metas e é acompanhado pelo Conselho Curador, a metodologia prioriza o desenvolvimento de ações integradas, definição das prioridades e consequente alocação dos recursos. Sempre com foco na qualidade, são realizados planejamentos contínuos, mensuração de resultados, e análise dos processos. Entre as unidades administradas pelo FEAES estão o Hospital do Idoso Zilda Arnas e a maternidade Bairro Novo.

O Balanced scorecard ou BSC, ferramenta de gestão e medição de desempenho baseada em perspectivas financeira, clientes, processos internos, aprendizado e crescimento, foi a escolha administrativa da Santa Casa de Irati.  Referência para 9 municípios, o hospital atende cerca de 550 internamentos por mês e atua com foco no SUS, já que a região tem baixo índice de conveniados a planos de saúde. Fazem parte da busca de resultados a gestão de qualidade, otimização de gastos e receitas, fortalecimento da imagem e otimização da capacidade instalada.

No Hospital Zilda Arns os maiores desafios na implantação do processo de acreditação são a mudança de cultura e envolver as lideranças e profissionais no processo. Aberto no início de 2012, o hospital está comprometido em ser reconhecido nacional e internacionalmente como referência em saúde do idoso até 2016. Para isso aposta principalmente em planejamento, manutenção e melhoria da qualidade.

Plano Diretor

Na ocasião também foram apresentados três dos 28 Planos Diretores de hospitais participantes do Hospsus que passaram pela curadoria da consultora do programa, Maria Emi Shimazaki.

O Hospital Universitário do Oeste do Paraná traçou um perfil demográfico e epidemiológico de Cascavel para melhor adequar o hospital às necessidades da região.  O aumento de internamentos acima do crescimento populacional indica um envelhecimento e conseqüente necessidade de aumento de leitos. O diagnóstico indicou a necessidade de aumentar os atendimentos de média complexidade e diminuir os de alta, incentivou a criação de uma ala de queimados e uma materno-infantil, além da ampliação da urgência e emergência e desintoxicação.

Em Sarandi, o plano diretor do Hospital Metropolitano foi traçado para os próximos 10 anos, sempre monitorado e em contínuo aprimoramento. Estabelece, entre outras, melhorias na estrutura física e atendimento integral e humanizado. As principais metas são redução da mortalidade materno-infantil, por trauma e nos atendimentos de urgência e emergência. O apoio da Uningá foi primordial para os avanços da instituição, como a implantação de residência para aperfeiçoar o atendimento. O equilíbrio financeiro é outra etapa importante do plano, que engloba parcerias com as prefeituras da região, busca por recursos do governo federal e emendas parlamentares, além de avaliação de custos.

Na Santa Casa de Paranavaí é notável a melhoria no atendimento, prova disso é o aumento da procura por pacientes com planos de saúde particulares. O bom resultado se deve, principalmente, ao esforço empregado em envolver todos, desde o corpo clínico até a comunidade no dia-a-dia do hospital. Capacitação e qualificação dos profissionais e espaço para que atinjam seus objetivos foram algumas das estratégias usadas para mantê-los motivados. Avanços como a criação de laboratório próprio e informatização também levaram mais credibilidade para a instituição.

Higiene das mãos

O Paraná foi o Estado escolhido pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ampliar a estratégia multimodal da Organização Mundial da Saúde para melhoria da higienização das mãos, que teve São Paulo como piloto. O objetivo é reduzir as infecções hospitalares. Apesar de ser uma medida simples, o maior desafio encontra-se na mudança de hábito e comportamento, por isso a implantação é realizada ao longo de um ano com medição dos indicadores de melhoria para verificar a eficácia. O lançamento oficial será no dia 04/10 no Palácio das Araucárias.

Fonte: Assessoria de Imprensa Femipa

Fotos: Venilton Küchler/SESA