normal_espanhaNesta semana, uma comitiva paranaense está na Europa para conhecer o funcionamento dos serviços públicos de saúde da Catalunha (Espanha) e de Portugal. A visita técnica faz parte do processo de implantação de um novo modelo de atendimento em saúde no Paraná, com o foco na assistência aos pacientes com doenças crônicas e/ou dependência funcional. A diretora da Femipa, Rosita Márcia Wilner, acompanha o grupo representando a Federação.

Liderada pelo secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, a comitiva está visitando hospitais e unidades de saúde especializadas no cuidado continuado integrado. O roteiro inclui serviços de saúde que atendem pacientes que necessitam de acompanhamento constante dos profissionais de saúde.

Caputo Neto explica que este novo modelo de atendimento vai contribuir para a melhoria da assistência à saúde da população paranaense, suprindo uma demanda cada vez mais comum por conta do envelhecimento da população. “O perfil epidemiológico brasileiro está mudando, a população está envelhecendo e o SUS ainda não está preparado para este novo momento. O que queremos implantar é pioneiro no país e servirá de base para a nossa rede de atenção à saúde do idoso”, explicou.

A grande novidade será a criação de unidades especializadas na atenção às condições crônicas. Para isso, o Estado está propondo a adaptação de hospitais de pequeno porte para serem referência no atendimento a esses pacientes. “Percebemos que essa solução não exige alta tecnologia, necessita apenas de capacitação dos profissionais e vontade política. É uma mudança que traz ganhos inestimáveis à qualidade de vida e autonomia dos pacientes”, disse o secretário.

A superintendente de Atenção à Saúde, Márcia Huçulak, afirma que atualmente cerca de 12% da população paranaense tem mais de 60 anos e a tendência é que isso aumente nos próximos anos. Esse envelhecimento da população faz com que o número de internações de idosos também cresça no Estado. “Entendemos que muitas situações que hoje ocupam leitos de maior complexidade poderiam ser transferidos para esses novos serviços. Isso permitirá a melhoria do cuidado com o paciente e com menos custos”, ressaltou.

A utilização dos hospitais de pequeno porte para este novo projeto é uma solução para manter esses serviços em funcionamento. Importantes para os locais onde estão inseridos, muitos hospitais de pequeno porte apresentam baixas taxas de ocupação e têm dificuldades financeiras. A implantação dos cuidados continuados auxiliará no custeio das atividades.

5PILOTO – Um projeto piloto em cuidados continuados já está sendo desenvolvido pelo Estado no Hospital Dona Darcy Vargas, em Rebouças, na região Centro-Sul. A unidade está passando por reformas e receberá novos equipamentos.

O prefeito municipal de Rebouças, Claudemir dos Santos Herthel, também integra a comitiva que está visitando os serviços de saúde europeus. Segundo ele, a oportunidade de conhecer experiências que já estão dando resultado será essencial para o sucesso do projeto paranaense. “Espanha e Portugal já desenvolvem esse modelo de atendimento há 20 anos, integrando a atenção básica, a área de especialidades e a alta complexidade. Com o conhecimento adquirido aqui, teremos melhores condições para implantar um projeto de sucesso no Brasil e quem ganha é a população”, disse.

A previsão é que a unidade de cuidados continuados de Rebouças seja inaugurada em 2014. As etapas de diagnóstico da rede assistencial, definição do modelo de gestão e capacitação das equipes do hospital já foram concluídas. Agora a equipe condutora do projeto retorna ao Brasil para iniciar a fase final de planejamento.

Além do Paraná, outros três estados estão desenvolvendo projetos do mesmo gênero. Uma comitiva do Piauí também está participando das visitas técnicas nesta semana.

COMITIVA – A viagem foi um convite do Ministério da Saúde, do Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (Cealag) e da Gesaworld, entidades que estão apoiando o Governo do Paraná a implantar uma rede de cuidados continuados no Estado.

Também compõem a comitiva paranaense os superintendentes da Secretaria Estadual da Saúde, Márcia Huçulak e Paulo Almeida; o diretor da 4ª Regional de Saúde de Irati, João Almeida Júnior; a secretária municipal de saúde de Rebouças, Eva de Jesus Ruppel; gestores hospitalares; médicos e enfermeiros que atuarão na unidade de cuidados continuados de Rebouças.

Fonte: Sesa